Balada 1: Família

A Gazeta Teen traz momentos em família, amigos e com pessoas queridas para trazer alegria e muitos sorrisos.

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A conceituada psicóloga Renata Lazzarini com os filhos Laura e Guilherme.

Entrevista Especial

Lian Citrus busca desenvolvimento sustentável agregado à larga experiência no agronegócio

Buscar o desenvolvimento de forma sustentável com sabedoria e humanismo é o princípio basilar que serviu e serve, desde sua criação, ao projeto Lian Citrus. Sem nunca perder de vista as conquistas do passado na citricultura e a busca incessante de novos conhecimentos e tecnologias, representam a continuidade deste legado familiar que beneficia gerações, sempre valorizando, acima de tudo, a vida na sua forma mais ampla e o bem estar de todos.

Em família, os netos Luísa e Pedro Lian com o avô, o citricultor extremamente querido e respeitado que faz parte da história da citricultura e da nossa cidade Issa Lian.

Com o objetivo de eternizar mais um grande exemplo de comportamento humano, nesta semana, a Gazeta Teen abre espaço para a entrevista do citricultor Issa Lian e seus netos, idealizadores do projeto Lian Citrus, Pedro e Luísa. No nosso encontro, o empresário citricultor, atualmente com 89 anos, fala de seu amor à profissão e da necessidade em dar ênfase nos investimentos na produção de citrus, no município e região, como forma de recuperação da economia. Seu pensamento influenciou seus netos Pedro e Luísa, que baseados na sabedoria do avô, nos passos do pai de Luísa, Leandro Lian, e através do desenvolvimento tecnológico e conhecimento científico, estão trabalhando e obtendo grande sucesso, tanto na geração e distribuição de renda em seu sentido mais amplo, quanto na qualidade de vida e recuperação do meio ambiente.

Gazeta Teen – Por que acredita que os agricultores que deixaram de lado a produção de citrus devem retomar a esta atividade?

Issa Lian: Após as mudanças que ocorreram na área agrícola, especialmente com a diminuição do plantio de citrus, o município sofreu muito, deixando de gerar muitos empregos, mesmo que todos os prefeitos que administraram a cidade tenham feito todo o possível para reverter este quadro. Por este motivo, conversando com meus netos, a ideia do projeto o tornou extremamente viável, pois acredito nesta solução para resolver a situação de muitas famílias, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus. No entanto, enfatizo que esse projeto tem como objetivo criar sustentabilidade coletiva e não obter lucro pessoal. Para isso confio em meus netos, pois ambos têm conhecimento na área. Pedro é formado em Geologia e Luiza está terminando o terceiro ano do Ensino Médio e se preparando para cursar a universidade de Agronomia. Tenho orgulho por essa iniciativa por parte de meus netos, pois acredito que nesta vida todos são meros administradores das coisas que estão por aqui. E brevemente todos vão embora. Por isso é tão importante lapidarmos as pessoas através dos aprendizados positivos.

GT – Como é receber esta herança cultural tão importante?

Pedro: É uma honra ter acesso ao conhecimento citrícola que me foi passado através de gerações, cuja tradição teve início com nosso bisavô Habib, passou com maior intensidade por nosso avô Issa Lian, depois para meus tios Leandro e Fernanda, até chegar a Luísa e eu. Trabalhar com citricultura, além de ser uma atividade prazerosa, contribui com a distribuição de renda e geração de empregos, fortalecendo a economia local.

GT – Como observa a responsabilidade de dar continuidade ao patrimônio da família?

Luísa: Fico muito feliz por esta oportunidade, especialmente por dar continuidade ao legado que meu avô ajudou a fortalecer, mantendo-se forte mesmo diante dos momentos de grande dificuldade, trabalhando com muito amor e dedicação. Amor com que também administramos esse projeto, e não por obrigação. E para isso estou me preparando para estudar e me aprofundar na área. O projeto já está disponível nas mídias sociais como Instagram e gerando resultados muito positivos.

GT – Como surgiu a oportunidade de trabalhar com o projeto Lian Citrus?

Pedro: Após me formar na Unicamp no curso de Geologia, atuei na área durante um tempo na cidade de Campinas. Entretanto, já gostava de trabalhar no ramo do agronegócio e, em fevereiro, me estabeleci em Bebedouro, trabalhando na empresa de meu avô na área de pesquisa e desenvolvimento. Momento que surgiu a oportunidade de iniciar esse projeto ao lado de minha prima.

GT – Como surgiu a ideia do projeto?

Luísa: Foi fundamental inserir a Lian Citrus nas mídias sociais, pois os jovens priorizam muito estes canais de divulgação de conteúdo. Nesses locais os interessados podem ter acesso às propriedades da família e aos serviços prestados na área agrícola. Após ingressarmos no Instagram, muitos produtores estão reconhecendo nosso trabalho e nos apoiam. Atualmente, as tecnologias disponíveis ao agronegócio estão muito evoluídas.

Entre as informações compartilhadas, divulgamos a revitalização das nascentes, instalação de painéis solares visando a sustentabilidade e aplicação de gel em mudas de laranja, com o objetivo de aumentar a retenção da água de irrigação.

GT- Qual o objetivo da Lian Citrus?

Pedro: A Lian Citrus possui três compromissos, aumentar a produtividade através da utilização de tecnologia sustentável, produzindo frutos de qualidade cada vez melhores; grande investimento em energia limpa gerada através de painéis solares; e ênfase no meio ambiente, como a revitalização de nascentes realizada por meio do projeto “Olho D água”, entre a Nortóx e a Coopercitrus. Além dos projetos de proteção de mananciais, reflorestamento de áreas degradadas e constituição de corredores ecológicos, visando o trânsito da fauna entre os maciços florestais. Sabemos que o mundo está mudando e os consumidores estão exigentes em relação às formas de produção.

GT – Que outras questões o projeto busca atender?

Luísa: Outro ponto que o projeto procura trabalhar é na conscientização para o consumo da laranja e seu suco diariamente, especialmente durante o período de pandemia, quando o sistema imunológico precisa estar fortalecido. A laranja é uma das frutas mais ricas em vitamina C, além de fornecer antioxidantes e demais benefícios ao corpo humano. Antigamente, o Brasil exportava mais, mas, atualmente, isto está mudando, pois o consumo deste alimento está aumentando no país, sendo muito mais saudável consumir o suco de laranja a um industrializado ou refrigerante.

O projeto também visa conscientizar da importância da polinização da flor da laranjeira, pois, as abelhas responsáveis por essa função produzem um mel muito puro e delicioso.

GT – Qual a importância dos colaboradores e parceiros na citricultura?

Luísa: Na citricultura, um produtor segura a mão do outro, por isso necessitamos de muitos colaboradores, pois entre o plantio e a exportação ocorrem muitos processos, sendo nosso avô o maior conselheiro e parceiro que poderíamos ter. A Lian Citrus acredita nessa forma de trabalho, pois é a forma de gerar empregos e renda para muitos.

GT – Diante da proximidade do Dia dos Namorados, qual o segredo para um casamento feliz?

Issa Lian: Próximo a completarmos 64 anos de casados, Marlene e eu temos muito amor um pelo outro. Mesmo que minha esposa passe por um momento delicado em relação à saúde, nossa convivência é de muita alegria, apesar de alguns momentos de preocupação. Sou um homem abençoado em meu casamento. Um momento recente que marcou muito a família, foi quando minha esposa, mesmo com dificuldades nas mãos, confeccionou toucas de lã que foram doadas às quatro instituições responsáveis por cuidar de idosos na cidade.

GT – Diante da pandemia do novo coronavírus, como administra seus sentimentos?

Luísa: Apesar de a pandemia gerar tantos sofrimentos, temos que refletir profundamente e encontrarmos dentro de nós motivos para agradecer os momentos que estamos vivendo com nossas famílias. Eu sou muito grata por essas oportunidades, pois tenho conversas com meu avô que ficarão eternamente marcadas em minha vida.

Pedro: Estar próximo de minha família me gera muita gratidão, principalmente por ter ficado distante durante minha infância e adolescência.

GT – Qual a projeção para o futuro?

Pedro: Nossa meta é que as questões levantadas e ideias transmitidas em relação à nova visão do agronegócio sejam aplicadas amplamente no futuro. Proporcionando não somente o pleno desenvolvimento sustentável, mas também propiciando boas condições de trabalho. Entre nossas metas, buscamos nos adequar aos padrões produtivos da União Europeia para ampliarmos nosso espectro de atuação.

Luísa: Temos como meta entregar para nosso consumidor o melhor produto, o que gostamos de consumir.

Publicado na edição 10.585, de 12 a 15 de junho de 2021.