Projeto da duplicação da Rodovia da Laranja precisa de debate mais técnico.
Uma grande liderança paulista do PSDB comenta nos bastidores que um dos problemas da classe política de Bebedouro é facilmente perder o foco nas questões principais. Este recente debate sobre a duplicação da Rodovia da Laranja demonstra que ele está correto na avaliação.
Há políticos mais interessados em ter certeza ao chamar de viaduto, uma passagem de nível da rua Sergipe, do que se atentar ao fato de que o DER regrediu da proposta apresentada em audiência pública, quando era prevista a construção de estrutura sobre a pista que acabaria de vez com os tradicionais alagamentos do trecho.
Não foi com bajulação que Bebedouro conquistou o viaduto, este sim viaduto, da avenida Raul Furquim. Um grupo de moradores, liderados pelo dentista Camilo Souza Cruz, pressionou o DER a modificar o projeto que implicaria em restrição ao tráfego de veículos da Zona norte. Tal foi a repercussão das manifestações e da mobilização popular, que chegou a ser citada pelo próprio governador Geraldo Alckmin, durante sua visita a Bebedouro, em abril do ano passado.
Resolvida esta questão, com interferência de vários deputados, estaduais e federal, foi conseguido algo a mais, o viaduto da rua Sergipe. A planta foi mostrada em entrevista coletiva.
Toda esta discussão deve ter parâmetros mais técnicos, onde deveria ocorrer mais detalhada explicação do DER sobre as razões que os levou a retroceder na proposta. Se os argumentos forem técnicos e convincentes, devemos aceitar, do contrário, todos devem protestar.
Ninguém pode esquecer que o projeto de duplicação da pista no trevo da avenida Quito Stamato foi prejudicial para empresas e moradores. Todos os problemas com tráfego pesado de caminhões na Vila Santa Terezinha e Jardim Marajá são resultado de proposta em que foi ignorada a voz da cidade.
Por isto, reafirmamos que o compromisso da Gazeta de Bebedouro é com os problemas da comunidade bebedourense, sem se preocupar se isto vai desagradar interesses políticos. A cidade não precisa estar dividida em grupos políticos para solucionar seus problemas. O foco é a união, exigindo dos governos estadual e federal, mais benefícios para o município.
Publicado na edição nº 9663, dos dias 25 e 26 de fevereiro de 2014.