Bebedouro perde a querida Geralda Schiavon Matta

Culta e amante das artes, deixou filhos, esposo e uma legião de ex-alunos.

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Geralda Schiavon Matta era professora aposentada, nascida e criada em Bebedouro, filha do autor do Hino de Bebedouro, Oswaldo Schiavon e esposa de João Pedro Matta, engenheiro agrônomo e um dos fundadores da Coopercitrus. Aos 82 anos, deixa três filhos, inúmeros afilhados, ex-alunos e admiradores.
A professora formou-se em Letras Neo-Latinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Campinas, por isso, falava português, espanhol, italiano, latim e francês, que era sua paixão. Lecionando durante 30 anos, 23 deles passou na escola Paraíso Cavalcanti, onde começou e encerrou sua carreira, em Bebedouro. A bebedourense colaborou para a criação da primeira escola de curso superior de Bebedouro, a Faculdade de Ciências e Letras, onde foi uma das primeiras mestres.
Amante da arte, tocava piano e órgão e tinha por canção preferida ‘Al di là’, do italiano, Uccio Gaeta, música de sua lua-de-mel, além de ser exímia pintora de telas e tecidos e apaixonada por artesanato, que tornou-se seu hobby, após a aposentadoria. Em entrevista a Gazeta, para o ‘Gente’, em 12 de junho de 2013, em sua edição 7.530, contou que assim como seu pai, foi colunista da Gazeta. A ex-professora escreveu a coluna ‘Silhueta’, onde traçava o perfil das moças da cidade e assinava como ‘Clair de Lune’, luar, em francês. Seu pai, usava o pseudônimo de ‘Juvaldo Mazu’, união dos nomes de seus dois irmãos falecidos, Juvaldo e Maria Zulmira.
Segundo a prima e afilhada, Cláudia Molinari, dona Geralda se foi, na tarde de sexta-feira (15), por volta das 15h, na UTI do Hospital Unimed Samaritano, devido ao mal de Parkinson, que fazia tratamento há cerca de 1 ano.
Para a filha, Gláucia Schiavon Matta Benedicto, resta apenas saudade, pesar e gratidão por ter sido filha de uma mulher tão incrível, como dona Geralda. “É difícil definir uma perda tão grande. Minha mãe era criativa, inteligente, culta e extremamente carinhosa com a família e os amigos. Criou os filhos com todo amor e dedicação e foi a melhor esposa que meu pai poderia ter. Casados há mais de 55 anos, continuavam apaixonados um pelo outro. Meu pai a acompanhou durante todo o tratamento e dedicou-se mais do que o necessário. Ele perdeu sua companheira de vida”, lamenta.
Gláucia diz que a mãe orgulhava-se de sua história, de seu berço, da família que construiu e dos alunos que colecionou. “Minha mãe era amante da vida e de tudo que ela podia oferecer. Sua presença nos fará falta, mas estamos tranquilos, pois fizemos tudo que podíamos, mas nunca tanto quanto ela fez por nós. Isso seria impossível. Tudo o que somos, devemos a ela”, diz a filha com emoção.
Seu corpo foi velado no Velório Municipal Arnaldo Daolio e o enterro será na manhã de sábado (16), às 10h30, no Cemitério Municipal de São João Batista.

(…)

Publicado na edição 10364, 16, 17 e 18 de fevereiro de 2019.