Conselhos municipais precisam ser revistos

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Criados em fartura por motivações políticas, a maioria não sai do papel.

Uma piada inglesa diz que quando alguém não quer resolver um assunto cria uma comissão ou conselho. Em Bebedouro, parece que não entenderam o refinado humor e levaram o assunto muito a sério. A cidade tem uma infinidade de órgãos com reuniões vazias ou de baixa representatividade.
O natural é que a sociedade provoque a formação de órgãos consultivos ou deliberativos para se fazer ouvir de forma organizada pelos governos. No Brasil, como sempre é tudo ao inverso, muitos conselhos foram criados nas mesas de deputados, vereadores e senadores que estão mais interessados em abrigar seus correligionários do que montar um bom grupo.
Recentemente, a Câmara Municipal de Bebedouro, aprovou sem qualquer alarde, a redução do número de vagas do Conselho Municipal de Educação. Também não há como criticar, porque a maioria das pessoas não atendia às convocações. Com baixo quórum, assuntos importantes ficavam para depois.
Outro conselho renovado foi o de trânsito. Dá gosto de ver a empolgação dos novos membros, mas é triste antever que isto não vai durar muito. Parte disto é provocada porque nem sempre as decisões tomadas nestes órgãos são seguidas. A torcida é para que isto aconteça daqui para frente.
Na verdade, a maioria dos conselhos que funciona é vital para reivindicar verbas estaduais e federais, como os da Educação e da Saúde. O restante sobrevive se houver membros atuantes com postura e interesse público. Senão, vira quase um grupo de autoajuda em terapia coletiva.
Para acabar com este faz-de-conta da cidadania, a Prefeitura deveria conclamar todos os dirigentes de conselhos, a fazerem um levantamento de funcionamento para, quem sabe, até extinguir alguns, na prática e na lei. Diferente do que muitos pensam, democracia não é exercida só quando todo mundo tem o direito de falar, mas quando todos se unem para executar algo correta e concretamente.

Publicado na edição n° 9570, dos dias 13, 14 e 15 de julho de 2013.