Citricultor deixa de injetar R$ 875 mil na colheita de 250 mil caixas de laranja precoce perdidas. Só em Bebedouro, o saldo embora positivo, entre contratações e demissões, no 1° semestre, foi de 2 mil. No ano passado, esse saldo de contratações foi de 8,5 mil.
Seis mil propriedades foram prejudicadas pela crise da laranja no Estado de São Paulo, e o número de trabalhadores desempregados pode chegar a 40 mil, de acordo com dados da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura. Segundo dados do Caged do Ministério do Trabalho, em Bebedouro, o número de desligamentos no setor agropecuário no primeiro semestre, foi de 9.537 vs 11.536 contratações.
Carlos Eduardo Prudente Corrêa Junior é um dos citricultores que não pôde contratar mão de obra para colheita de sua laranja precoce, cerca de 50 trabalhadores, que receberiam R$ 3,50 por cada caixa de laranja colhida. das 250 mil caixas que apodrecem nos pés. “Deixei de injetar R$ 875 mil nestas famílias”. Desiludido com a citricultura, Prudente Corrêa Junior ampliará sua cultura de cana, migrando 45 alqueires de pomares. “A citricultura como cadeia não vai morrer, mas não irão existir citricultores. A indústria dominará o setor, pode demorar ou pouco ou muito”.
O presidente do Sindicato Rural de Bebedouro, Junqueira Franco, se diz muito preocupado com este cenário e ressalta a evidência da migração para outras culturas, “a estimativa é reduzir no Estado de São Paulo, cerca de 100 mil hectares e em Bebedouro, de 3 mil a 4 mil hectares”, ressaltando que o município tem hoje, 16 mil hectares de plantações de laranja.
No entanto, para o presidente do Sindicato dos Empregadores Rurais, Saulo dos Santos, a crise ainda não afetou a contratação de mão de obra, este ano. “Aqui em Bebedouro se contrata em torno de 2.500 pessoas a 2.800 trabalhadores” e segundo o sindicalista, continua-se contratando.
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Leia mais na edição n° 9443, dos dias 28 e 29 de agosto de 2012.