Das cinzas à reação

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Dois empresários atingidos pelos incêndios no final de ano, dão a volta por cima.

Passadas quatro semanas do desconfortável clima de insegurança e boatos maldosos, gerados após três incêndios, entre 30 de dezembro e 1º de janeiro de 2014, os empresários mais prejudicados, da loja Giro Rápido e do Supermercado Iquegami deram a volta por cima.
Inesquecível a imagem do choro do proprietário da loja Giro Rápido, amparado por filhos e esposa, ao ver o fogo incontrolável destruir seu estabelecimento, estoque e também o lucro que obteve com as vendas de final de ano.
Também ficou na memória de muitos, o semblante estarrecido da diretora Márcia Iquegami, ao percorrer o supermercado parcialmente destruído pelo fogo. Pouca gente sabe, mas o incêndio queimou toda a estrutura em mobiliário de nova padaria, açougue e feira de hortifruti que seriam instalados em breve.
Refeitos da tristeza, calculados os prejuízos, a hora é de planejar e tomar atitude. Somente sobrevive na iniciativa privada quem tem poder de reação. Assim aconteceu com os proprietários da loja de peças Moto S e do Supermercado Sesé. Para ambos, os incêndios transformaram-se em molas propulsoras para viradas positivas em seus empreendimentos. Basta olhar para estes dois estabelecimentos, cheios de clientes, e perceber que o fogo queimou mercadorias, mas não a determinação dos empresários e seus funcionários.
É animador ver o trabalho de reconstrução da loja Giro Rápido, na rua XV de Novembro, uma das mais movimentadas da cidade. Mexe com a disposição de todos acompanhar o esforço coletivo da “Família Iquegami”, funcionários e colaboradores em reorganizar o supermercado. E o mais surpreendente, demonstraram que têm foco, ao adquirirem o Supermercado União, na Zona leste, uma das regiões com bom poder aquisitivo e potencial mercado consumidor.
É uma pena que não possamos contar com a agilidade na área governamental. Em 10 de fevereiro deste ano, completar-se-a doze meses da tempestade que atingiu a cidade e causou sérios danos à infraestrutura de Bebedouro. Imediatamente, o prefeito Fernando Galvão (DEM) conseguiu audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que autorizou o envio de verbas para os reparos. Mas a burocracia estadual é tamanha que passados doze meses, não aconteceu a liberação.
Em todos os cantos do Brasil, e em Bebedouro não é diferente, a iniciativa privada dá lições de gerenciamento à área pública. Menos inflados em recursos humanos, empresas são mil vezes mais eficientes que governos, com enormes folhas de pagamento. Há tantas regras, umas para evitar corrupção, outras caducas, que impedem que este país avance na velocidade necessária para beneficiar a coletividade.
Estamos em ano eleitoral para escolha de novos deputados estaduais e federais, senadores, governador e presidente. Seria bom que escolhêssemos quem coloque na lista de promessas, desburocratizar e enxugar a máquina administrativa, que sabe cobrar impostos, mas não sabe devolvê-los em rápidos benefícios que atendam as necessidades dos contribuintes.
Parabéns, aos empresários do Giro Rápido e do Iquegami. Vocês sim, merecem ser homenageados com títulos por vereadores. Fazem muito, sem discursos.

Publicado na edição nº 9650, dos dias 25, 26 e 27 de janeiro de 2014.