Nas telas dos cinemas brasileiros há quase um mês ‘Minha Irmã e Eu’, estrelado por Tatá Werneck e Ingrid Guimarães e com direção de Susana Garcia merecia ficar mais quatro semanas e todos mereciam ter oportunidade de assistir. A comédia é tudo o que o público já espera das duas consagradas atrizes, muita diversão, gargalhadas e momentos tão engraçados a ponto de rir até doer a barriga.
Mas, o longa vai além. Há uma mensagem por trás de tanta comédia e faz reflexão à relação que só quem tem um irmão vai entender. O filme é para ser assistido em família, com amigos, com o par romântico, é completamente versátil e passa longe, bem longe, de ser aquela produção cheia de esquetes cômicas e, não à toa, já levou mais de 1,5 milhão de pessoas aos cinemas.
Tatá está irretocável, como sempre. Em todas as sequências, a atriz mantém suas mesmas características, sem tirar, nem por. O jeito de falar rápido, as atrapalhadas nas explicações, as expressões que, nela, não ficam exageradas, deixam claro que o roteiro esteve, o tempo todo, aberto a ela e suas improvisações. Com texto a seu favor, não tem como dar errado, prova disso são as boas gargalhadas que ela consegue arrancar de quem assiste.
Ingrid não fica atrás. A atriz entrega excelentes momentos, com mais nuances na comédia, mais centrada no que está escrito no roteiro, mas tira de letra os improvisos da companheira de cena e também entrega sequências hilárias. Sozinhas em cena, as duas têm destaque, mas juntas, carregam demais e não saturam.
Preocupação grande em filmes de comédia, principalmente os brasileiros, é sentar para assistir e ver uma espécie de reprise. Não é o caso. A direção de Susana Garcia diz muito sobre isso também, afinal, a diretora de sucessos como ‘Minha Vida em Marte’ e ‘Minha Mãe é uma Peça’ sabe bem como fidelizar a audiência.
Destaque também para a veterana Arlete Salles que abrilhanta ainda mais com sua participação, afinal, é sua personagem, mãe das protagonistas, que move toda a história, proporcionando reflexões positivas e momentos emocionantes. Há, ainda, momentos gloriosos com Lázaro Ramos e Taís Araújo, interpretando eles mesmos e conseguindo entrar na história sem dificuldades. O mesmo vale para as participações de Leandro Lima, George Sauma e Iza.
Vale ressaltar, por fim, a participação da atriz bebedourense Maria Clara Bueno, que interpreta Miriam, papel de Ingrid Guimarães na fase criança. Ela consegue imprimir bem as características de Ingrid na fase adulta e tem um trabalho bem montado e ensaiado para sua estreia nas telonas. Que venham mais oportunidades.
Publicado na edição 10.818, de sábado a terça-feira, 3 a 6 de fevereiro de 2024