Desrespeito

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O presidente da Câmara, Tota, na última sessão, tentou ferir a credibilidade da Gazeta ao bradar que sua manchete era mentirosa. Ao repetir adjetivos pejorativos, o nobre vereador não só ofendeu injustamente a Gazeta, como mostrou seu descompromisso com a informação, usando estes argumentos ofensivos como desculpa para não conceder entrevista para esclarecer os supersalários praticados na Casa.

 

 

Frases da semana:

Nesta edição de Sobrevoo, reproduzo trechos de comentários em postagem da Câmara em rede social, sobre o pronunciamento ofensivo do seu presidente a Gazeta de Bebedouro, na sessão.

“Vocês usam da imunidade parlamentar para agredir as instituições sem que sofram penalidades. Sou de Bebedouro e tenho idade para dizer que conheci vereadores que, com certeza, devem estar virando no caixão ao ver a Câmara de hoje. Olhem para o berço da Gazeta e mirem-se”.

Fabio Camargo, bebedourense, empresário

 

“Com todo respeito ao presidente da Câmara, a melhor resposta teria sido dar entrevista. (…) Conheço tua história, Tota, sei que a agressividade nunca foi seu modo de agir. Responda assim que possível os questionamentos sobre os salários dos servidores. Minha solidariedade aos jornalistas da Gazeta de Bebedouro”.

Marco Antônio dos Santos, jornalista

 

“(…) Ao se recusar dar entrevista, possibilita que os fatos sejam relatados, pois são fatos e este é um dos papéis do jornalismo – “Relatar Fatos”, pois eles existem. Não são fabricados. O que faltou foi uma resposta da Câmara. E por achar que “o mensageiro é culpado pela mensagem”, se acha no direito de ser desonroso com o “único” Jornal da cidade. E ainda insinua mentiras que não tem como provar, pois são meras mentiras. O exemplo de mentir e acusar, sem comprovar, está vindo de cima. O culpado é quem FAZ o fato e não quem o reporta. A Gazeta de Bebedouro merece respeito, pois já fez e continuará fazendo o bom jornalismo. E tem respaldo para isso: no profissionalismo de sua equipe e na Credibilidade construída em mais de 90 anos de jornalismo a favor de Bebedouro. Credibilidade que anda faltando em muitas esferas do poder político”.

Carlos Eduardo Cardoso, bebedourense, geólogo e professor.

 

“É imensamente lamentável ver este tipo de nota em uma página da Câmara de Vereadores. É triste para todo jornalista sério e com diploma nas mãos vivenciar esta situação (…) Sua melhor defesa é o direito a fala que tiveram, como preza o bom jornalismo, sempre muito bem defendido pela Gazeta. E discordo em todos os aspectos e pontos de vista do senhor de que a Gazeta não é o principal jornal de Bebedouro. É sim. É muito. Na verdade, é o único (…). São quase 100 anos de história, a Gazeta é mais antiga do que todos nós aqui nesta plataforma digital, merece respeito e merece continuar fazendo o seu trabalho. A Gazeta não trabalha para governo específico, olhe bem sua idade, para quantos governos teria que ter trabalhado de 1.924 até agora? Quanta imaginação, chega a ser cômico”.

Marcos Pitta, jornalista.

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Respondendo ao senhor Tota
Nobre vereador. Como tal, o senhor deve satisfações à sociedade de como usa o dinheiro público que recebe para manter a Câmara, que o senhor preside. Aqui vale um parêntese, é ou não é o senhor que a preside?
Com salários de diretores que variam na casa entre R$ 25 e R$ 20 mil, o senhor não pode recusar-se em responder aos questionamentos do mais importante veículo da cidade…(e não estou como o senhor fez jocosamente, me referindo ao carro ou caminhão). Quer o senhor queira ou não, a Gazeta é isto: grande, maiúscula. Se não o fosse, o senhor não ergueria um de seus exemplares na Tribuna para defender-se. Nem sequer gastaria seu precioso tempo de fala, acrescido dos minutos de seu companheiro, o nobre vereador Chanel, para tentar ferir nossa credibilidade… em vão.

Respondendo 2
Gostando ou não gostando alguns, precisamos ser íntegros e não fazer concessões de ordem moral ou de honradez por interesse político ou por sede de poder. É possível não romper com a dignidade de um cargo que ocupamos para conseguir nossos objetivos… ou então nossos objetivos não nos cabem.
Como se não bastassem as tantas incertezas e angústias diante de um microscópico vírus novo, ao se aproximar as eleições, sentimos o quão limitado e frágil é o ser humano.
Como disse a também jornalista Fernanda Mazurek, na postagem da Câmara, “Lamentável…”.

Live do Orgulho
Diferente na forma, mas não no objetivo nem no conteúdo, e reforçando a importância da prática da tolerância e do respeito à diversidade, a 10ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Bebedouro aconteceu como ‘live’ no Sambódromo, no domingo (17), com transmissão ao vivo nas redes sociais, organizada por Erikson Zatin.
Durante todo o dia, foram realizadas palestras com profissionais das mais diversas especialidades, todos envolvidos diretamente com a causa, como a advogada especialista em Direitos Humanos e Diversidade, Adriana Galvão Moura, que abordou os aspectos sociais, como os altos índices de LGBTfobia no Brasil, principalmente nesse momento de distanciamento social. “É necessário conscientização. Nesse momento de pandemia, é a população que mais sofre em virtude de sua identidade de gênero. Precisamos nos unir em prol de um bem maior, que é o respeito às diferenças e à dignidade dessas pessoas. As diferenças sempre vão nos enriquecer, e o respeito é o que vai nos unir”.

Por causa dele
A Covid-19 também tem prejudicado a doação de sangue e o Hemocentro da cidade está precisando urgente de doadores de todos os tipos de sangue. Se puder, faça isso, das 7h às 11,30h, de terça a sábado; e em duas segundas-feiras no mês tem atendimento noturno, das 18h às 21h, anexo ao Hospital Municipal.

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Artigo

Impactos da pandemia no setor sucroenergético

Geninho Zuliani

A pandemia do novo coronavírus aflige o mundo todo e, e à medida que essa crise se prolonga, especialmente no Brasil, está sendo difícil identificar setores que não serão afetados em razão da Covid-19.
O setor sucroenergético é um dos que vêm sentindo bastante esses impactos. Recentemente, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) divulgou balanço sobre a venda de etanol pelas unidades da região Centro-Sul, para os mercados interno e externo, no primeiro quadrimestre: 1,10 bilhão de litros. Uma redução de 38% em relação ao comercializado no mesmo período em 2019, quando as unidades produtoras venderam 1,78 bilhão de litros. Só no estado de São Paulo, temos 171 usinas ligadas ao setor.
Essa redução vem sendo observada desde o início de abril, quando as unidades produtoras da região Centro-Sul comercializaram 560,48 litros de etanol hidratado ao mercado interno, queda expressiva de 35,77% em relação à mesma quinzena de 2019. São resultados que nos preocupam, porque impactam diretamente na vida das pessoas.
Como deputado federal, apresentei Projeto de Lei que visa conceder tratamento tributário diferenciado de PIS/PASEP e Cofins para o setor de combustíveis, em especial o etanol hidratado. A incidência desses tributos sobrecarrega o preço dos combustíveis, em especial o etanol hidratado, usado para fins industriais, como produtos de limpeza, fármacos e cosméticos. Esse aumento provoca um efeito dominó, afetando todos os consumidores e comprometendo uma parcela maior da renda das famílias.
O PIS e a Cofins são contribuições sociais destinadas a financiar a seguridade social federal, cobradas como um percentual sobre o faturamento registrado pelas empresas com a venda de produtos, com valores fixos por litro. Com esse tratamento tributário diferenciado, o valor do litro corresponde a R$ 0,13 para as usinas, rendendo valores importantes para os produtos, principalmente nesse momento em que o preço do etanol diminui drasticamente.
O Brasil está passando por um momento muito delicado e precisamos, durante esse período, apresentar medidas que protejam a vida das pessoas, mas que também ajudem a cadeia produtiva do País, para que nossa economia não recue muitas casas e esteja preparada para voltar a andar para frente quando nós, e o mundo, conseguirmos vencer essa difícil luta contra o coronavírus.

(Colaboração de Geninho Zuliani, deputado federal pelo DEM-SP).

 

Publicado na edição nº 10488, de 23 a 29 de maio de 2020.