Julio Cesar Sampaio
“… O amor é a alegria acompanhada da ideia de uma causa exterior” – ESPINOSA.
Quando o assunto é o amor por uma mãe, e suas implicações causais subsequentes, algumas questões vêm à tona: a felicidade é um ideal somente da imaginação e não só da razão? Se o amor está no campo das sensações podemos asseverar que quanto mais oposto a relação entre os parentes – mãe e filhos -, melhor o relacionamento, ou seja, os opostos se atraem?
Será? Paradoxal, não?! Pois, isso implica que, numa simples metáfora, só sentiremos o gosto do mel quando a língua estiver amarga? Bem falacioso, não?!
Kierkegaard, teólogo e filósofo dinamarquês do século XIX, abordou alguns axiomas acerca da “angústia” intrínseca ao ‘ato de amar’, de maneira incondicional, que cabe aqui parafrasearmos alguns apontamentos pertinentes quando a temática é o amor familiar, numa psicologia existencial. Para amarmos alguém devemos, pois, saber o que amamos neste alguém, porque quando existe uma liberdade no relacionamento a dois – mãe e filho -, um amor inerente pela simples liberdade de amar, haverá, por conseguinte, uma suposta “angústia” quando não temos “a presença” de quem amamos por perto – nossa mãe -, engendrando em nossa psique um inusitado ‘desespero’. Doravante, se temo-la tal companheira junto a nós, de maneira constante, poderemos sentir ‘sufocados’ pela perda da liberdade de sentir possibilidades nostálgicas de lembrar sempre dos momentos felizes quando juntos…
Pois bem, que fazer?
Será que amamos o ‘amor de mãe’?
Será que já aprendemos o quê é amar?
Em nosso pueril e elementar pensar aferimos ao apontamento que só amaremos em plenitude após sermos burilados pelo abençoado TEMPO que expurga a ‘descontrolada paixão’ que sempre aparece primeiro para acertar as arestas do AMOR, ou seja, a paixão surge para burilarmos no amor o que dele queremos, ou seja, sua ESSÊNCIA, para, a posteriori, amarmos, sem angústia ou, quiçá, desespero nossos pais, de maneira altruísta, ou seja, ‘amar de mãe’ é amor que nada pede, tudo dá! Como diz o dito latino: “Omnia fert aetas” – O tempo tudo traz.
Agora sim, posso corroborar: Amo-te minha querida mãezinha Maria Apparecida… A minha dona ‘Nene’…
Feliz dia das mães a todas as mães que simplesmente amam! Nada pedem, nada cobram, tudo dão! Parabéns!
(Colaboração de Julio Cesar Sampaio, Licenciado em Filosofia com pós-graduação no ensino de filosofia).
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Leia mais na edição nº 9839, dos dias 9, 10 e 11 de maio 2015.