Dia do Patrimônio Histórico

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Rogério Carlos Fabio

Embora pouco conhecido, foi a Revolução Francesa que forneceu profundas transformações na estrutura da sociedade. Nessa época, aconteceram mudanças política e ideológica fundamentais para o conceito de preservação aos monumentos e obras de arte. Com a criação de medidas para preservação de monumentos históricos, o conceito de proteção não se limitou apenas às igrejas medievais, mas a todo o patrimônio nacional francês, implantando uma visão mais ampla de proteção patrimonial e artística. A comissão das artes, em 1793, através da Comissão dos Monumentos cria diversos decretos sobre vandalismo voltados para sua proteção, com o intuito de fiscalizar a conduta da sociedade.
Pouco lembrado, no Brasil é comemorado amanhã 17 de agosto o “Dia do Patrimônio Histórico”, na mesma data em que nasceu o historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade (1898-1969), que trabalhou até o fim a vida na preservação histórica brasileira. Profundamente ligado às questões de preservação do patrimônio, Rodrigo dirigiu o Sphan, (atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan), da sua fundação em 1937 até 1967.
A prevenção e valorização da história brasileira é um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao indivíduo compreender o mundo que o rodeia, levando-o a compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido. Neste processo de conhecimento de sua própria história, o indivíduo constrói em um processo coletivo, a sua própria identidade.
No próximo ano, a cidade de Bebedouro completará 131 anos, com uma rica história ainda a ser reconstruída. O conhecimento que cada bebedourense tem de sua história e de pessoas que fizeram parte da história local e sua contribuição para o desenvolvimento da cidade são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável da memória de Bebedouro.
Com o crescimento do turismo no nosso país, as cidades brasileiras se viram obrigadas a melhorar a infra-estrutura e terem projetos de preservação com objetivo de se tornarem atrativas. Portanto, para conseguirmos preservar o o patrimônio da cidade, é necessário o reencontro dos bebedourenses com a sua história e, para isso, faz-se necessário reavaliarmos nossa própria visão de preservação histórica, de identidade e de autorreconhecimento no contexto para o qual estamos voltando nossa atenção, talvez esse seja o grande desafio lançado a todos nós através deste projeto. É necessário impedir as ameaças permanentes que pesam sobre o patrimônio histórico e cultural da cidade.

(Colaboração de Rogério Carlos Fábio, professor de História, ator e agente cultural).

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Leia mais na edição nº 9733, dos dias 16, 17 e 18 de agosto de 2014.