Dilma leciona sobre guerra

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Antonio Carlos Álvares da Silva

Um assunto tem dominado o noticiário, há quase um mês. Trata-se do recrudescimento dos combates entre Israel e os palestinos do Hamas da faixa de Gaza. Além do conflito em si, vários países e a ONU pedem uma trégua entre as partes, para busca de uma solução pacífica, mesmo provisória, para interromper a sessão de mortes, que está acontecendo. Os palestinos construíram túneis, para incursões noturnas e atacam Israel, lançando até 100 foguetes por dia. Israel responde, com ataques aéreos e estão invadindo o território com tanques e soldados. Como os israelenses são mais eficientes, seus ataques causam mais mortes, que os dos palestinos. Em tese, os mais de 100 foguetes lançados pelos palestinos poderiam fazer muitas mortes. Porém, não são precisos. Alguns caem em áreas desérticas e a maioria é interseptada e destruída ainda no ar pela defesa aérea dos judeus. Então, os palestinos não matam mais, não é porque não queiram, mas, porque não conseguem. Aliás, o Hamas está em guerra com Israel há 50 anos e sabe muito bem, que seu inimigo é militarmente mais forte e aparelhado. Além disso, eles estão em guerra, há 50 anos e em uma guerra não existem bandido e mocinho. Ambos são bandidos, porque seu objetivo é destruir o inimigo. Ambos têm recusado as seguidas propostas de paz da ONU, Estados Unidos e Europa, sem nenhuma motivação. Mas, devem ter razões ocultas para tanto. Vou arriscar um palpite: Com a guerra, o fluxo de auxílios de seus aliados aumenta muito e eles necessitam desse aporte continuo de dinheiro. O montante de mortes e perdas acaba se tornando secundário. Nesse quadro, os demais países deveriam ser mais cuidadosos na análise da guerra. Porém, mais uma vez, o governo Dilma revelou seu cacoete esquerdista e tomou partido do Hamas; Já que os Estados Unidos auxiliam Israel – e fez um repúdio sobre a desproporção entre o número de mortos de ambos os lados. Não levou em conta, que o Hamas, embora inferior militarmente, recusa sistematicamente todas as propostas de trégua. O governo de Israel fugiu das regras de civilidade costumeiras e deu uma resposta rude: chamou o Brasil de anão diplomático e país irrelevante. A resposta foi grosseira, mas, esperada. Quem resolve a interferir em uma guerra entre dois países, arrisca-se a uma reação dessas. Depois, o Brasil arriscou-se. Achou muito Israel ter matado mais de mil palestinos. Achou muito. Israel poderia lembrar ao governo brasileiro, que anualmente, 60 mil brasileiros são assassinados e outros 50 mil morrem em acidentes de trânsito. Olha para teu telhado Dilma.

DILMA E A PETROBRAS

Assunto muito noticiado e pouco comentado foi o parecer da Procuradoria Geral da União. Os jornais disseram, que foi a pedido de Lula. Esse parecer isentou Dilma de qualquer responsabilidade por ter, na qualidade de presidente da Petrobrás, autorizado a empresa de comprar a refinaria de Passadena, negócio, que causou um prejuízo de 800 milhões de dólares, para a empresa brasileira. A procuradoria reconheceu os prejuízos e culpou os então diretores, mas, inocentou o conselho de administração, presidido por Dilma por ter autorizado a compra. Acho estranho. Conselho de Administração, como o nome indica tem a função de ADMINISTRAR. Administrar é tomar decisões. E quem toma decisões, é responsável por elas. Se esses conselheiros não têm responsabilidade, porque ganham mais de 160 mil reais por mês? Seria apenas para assinar atas?

(Colaboração de Antonio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).

Publicado na edição nº 9727, dos dias 2 e 3 de agosto de 2014.