É fácil ser poliglota

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José Renato Nalini

Saber mais de um idioma é hoje uma necessidade. Fala-se em “analfabetismo idiomático” para o monoglota que, muita vez, não é versado nem no vernáculo. Também é verdade que se aprende uma outra língua com facilidade maior quando se é criança. Quem teve a sorte de ter pais de nacionalidades diferentes ou de residir em outro país quando ainda infante, domina dois ou três idiomas com facilidade. Assimila e isso passa a fazer parte de sua natureza.
Mas os jovens têm hoje outros instrumentos para aprenderem o inglês, que passou a ser a língua universal, assim como o “esperanto” pretendeu ser um dia, o espanhol, o francês, o alemão, o mandarim e outras das possibilidades ainda disponíveis. Enquanto não se desconstruir a Babel e não se encontrar uma fórmula de todos entenderem todos, com a demolição da barreira idiomática.
Existe, por exemplo, o “Duolingo”, um aplicativo criado em 2012, que já tem 120 milhões de usuários. Foi criado por um guatemalteco, Luis von Ahn, um jovem nascido naquele país bem pobre – a Guatemala – e que tem consciência de que ao se nascer pobre e não se contar com boa educação, o destino é continuar pobre pela vida afora.
Aprender inglês pelo Duolingo faz com que a pessoa passe a ter mais chances de trabalho e a ganhar melhor. 85% dos usuários da plataforma estão no Brasil. O ensino é online, com versões para Androig, iOS e navegadores. Não dispõe de aulas expositivas. Os alunos aprendem quando fazem testes, traduzem, ouvem, formam frases. A cada desafio vencido, há uma recompensa. Tudo retirado da ideia dos “games”, a gamificação que faz com que o aprendizado se torne uma brincadeira agradável e prazerosa. Não um dever chato e cansativo. Quando se oferece um jogo para aprender, tudo se torna mais agradável e convidativo.
As tarefas demoram apenas cinco minutos e o aluno pode programar como realizá-las. Por enquanto, a plataforma é gratuita. Para quem quiser, a obtenção do certificado de Inglês do Duolingo, hoje aceita em 30 universidades americanas, custa 60 dólares. Mas não é obrigatória a sua obtenção. Apenas para quem pretender se servir desse certificado para obter vaga em algum grande instituto de ensino dos Estados Unidos. Para quem quer só aprender inglês, ou também francês, alemão, espanhol e italiano, é só procurar acessar o Duolingo e começar a treinar.
Não é mais impossível hoje, na realidade digital, tornar-se um poliglota.

(Colaboração de José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo).

Publicado na edição nº 10139, de 13 e 14 de junho de 2017.