Estado alerta para colapso no sistema de saúde

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Obrigado - Em coletiva de imprensa, João Doria agradece o apoio dos membros do Centro de Contingência, criado há um ano para enfrentar o novo coronavírus. (Divulgação/Governo do Estado de SP)

“Estamos fazendo o melhor, mas tudo tem limite: recursos humanos, espaços em UTIs. Temos risco de colapsar. Precisamos do apoio da população. Mais do que nunca, a população tem de acolher nossos chamados”, declarou o secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, na coletiva de sexta-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes, ao alertar sobre o risco do Estado enfrentar colapso no sistema de saúde, devido ao aumento de internações por causa da Covid-19.
Segundo Gorinchteyn, até sexta (26), o Estado tinha 6.767 pessoas internadas em UTIs, 8% a mais do que o registrado no pico da primeira onda, no ano passado. “Além disso, a ocupação destes leitos tem aumentado a uma taxa de 1,6% ao dia, o que pode levar ao esgotamento das vagas. Nos últimos quatro dias, 357 pessoas foram internadas, praticamente 100 internações por dia”, pontuou o secretário, completando: “Teríamos risco de esgotamento de leitos em 20 dias, se medidas não fossem implementadas. Na Grande São Paulo, teríamos esgotamento em 19 dias”, esclareceu.
Para o secretário-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, o dia foi de tristeza e indignação, porque pessoas não levaram a sério as recomendações e “riram” do momento. “Eu acho que estas pessoas deveriam, além de serem punidas com multas e prisões, deveriam receber uma punição de serviço comunitário. Estas pessoas deveriam ficar durante uma semana dentro de um hospital que atende pessoas com Covid-19”.
Com os dados epidemiológicos semanais divulgados na sexta (26), a média estadual de ocupação de leitos de UTI por pacientes graves de Covid-19 aumentou de 66,7% para 70,4%, com 20,5 vagas a cada 100 mil habitantes.

Vacinação
A coordenadora do Centro de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula, anunciou o início da vacinação contra Covid-19 para idosos entre 77 e 79 anos, a partir de quarta-feira (3 de março), prevendo a vacinação de 430 mil pessoas nesta faixa etária.
“Uma grande operação logística foi montada para os próximos dias para a distribuição de aproximadamente 720 mil doses da vacina do Butantan, destinadas à primeira dose para os idosos entre 77 e 79 anos, bem como para a aplicação da segunda dose nos idosos acima de 90 anos e nos profissionais de saúde que ainda precisam completar o esquema vacinal”, explicou Paula.

Reclassificação
A 23ª reclassificação do Plano São Paulo entrará em vigor, na segunda-feira (1º de março), com o rebaixamento para a fase vermelha das regiões de Marília e Ribeirão Preto, juntando-se a Araraquara, Barretos, a qual Bebedouro pertence, Bauru e Presidente Prudente.
Campinas, Grande São Paulo, Registro e Sorocaba regrediram para a fase laranja, que também atingiu as regiões de Franca, São José do Rio Preto, São João da Boa Vista e Taubaté. Houve melhora na região de Piracicaba, que avançou para a fase amarela, onde permanecem Araçatuba e Baixada Santista.
Na etapa de restrição máxima, só há funcionamento de farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Já os comércios e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru, e entregas por telefone ou aplicativos.
O governo estadual alterou, nesta reclassificação, a proibição do consumo local em bares, permanecendo apenas os sistemas delivery e drive-thru, para a fase laranja. Anteriormente, a abertura destes locais era permitida, com capacidade restrita.
Desde a última reclassificação, na semana passada, na fase amarela a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência e restaurantes passa a ser permitida por mais duas horas, das 6h às 22h. Nas etapas laranja e vermelha, permanece o limite entre 6h e 20h.

Publicado na edição 10.558 de 27 de fevereiro a 2 de março de 2021.