
O risco é lhes confiscarem todos os diplomas conseguidos com tanta luta e total mérito.
A lei 13.019/2014 é outro dos absurdos a que os brasileiros se vêm obrigados a se submeter sob a batuta da presidente Dilma Rousseff (PT).
No Brasil visto pelas lentes de Brasília é mais fácil burocratizar do que fiscalizar, estando mais do que provado que esta mesma burocracia, tende a gastar mais e não gastar melhor.
Se há problemas de mau uso do dinheiro público por entidades, ONGs ou associações sem fins lucrativos, que o país seja capaz de fiscalizar e punir.
Mas não. Foi mais fácil criar uma lei que de tão minuciosa e burocrática foi preciso designar agentes federais que ensinassem como ela deveria ser usada, porque simplesmente não dava para entender o que a lei manda fazer. Vieram então, os cursos, agora para os agentes estaduais e municipais aprenderem como usá-la. Só esqueceu-se de considerar as habilidades acumuladas pelo capital humano que fazem o funcionamento de entidades, ONGs e associações nestes longos e tantos anos. Deveriam é estar atrás das qualidades que fazem o suor do trabalho valer mais.
E chega então segunda-feira, dia de sessão da Câmara. Sobe à Tribuna o vereador Sensei, dedo em riste apontando para seus pares e para a plateia, e diz: “eu avisei lá atrás, há mais de um ano…E eu tinha razão. Eu falei a verdade”. E nós replicamos: e dai? Seu aviso de nada serve porque estão querendo que entidades como a APAE – que existem há mais de 40 anos prestando serviços que o próprio poder público não é capaz de prover – entrem na escola para aprender o bê-á-bá das coisas que a entidade está cansada de saber fazer.
Uma coisa é criar uma ONG hoje, que obedeça a critérios e regras à luz da lei 13.019, ou outra lei qualquer. Outra coisa é colocar em risco a existência de uma APAE como a de Bebedouro, que atende 400 pessoas especiais com todas as especificidades que essa atividade exige e oferece.
Não adianta avisar vereador, que o prazo para a vigência da lei está se exaurindo…
Temos é que nos indignar e sair clamando por justiça.
Homens de Bebedouro, para citar uma realidade que a Gazeta conhece de cor, há 40, 50 anos, num esforço hercúleo, fundaram a APAE, o Educandário, o SSAF, a Vila Lucas Evangelista, e outras entidades que continuam prestando serviços a Bebedouro, sem usarem como espelho o que se faz em Brasília, mesmo porque Brasília nem existia; hoje, estes homens não resistiriam à tristeza de terem que provar que as entidades que criaram e que permanecem servindo, são sérias e idôneas, para fazerem jus a recursos que viraram escassos porque continuam fazendo uso indevido deles pelo Brasil afora.
Antes de você nascer, vereador, a APAE já prestava serviços para pessoas especiais de Bebedouro…
Das duas, uma: ou jogamos todos os diplomas que conseguimos conquistar a duras penas, no lixo, e entramos de novo no primário… Ou reunimos todo este conhecimento e o levamos a Brasília para que a senhora Dilma fique sabendo que no país também há gente séria a trabalhar pelo mesmo Brasil que ela dirige.
E são tantos, tantos e mais tantos trabalhando voluntariamente por acreditar nesse Brasil melhor, que nos resta a esperança…
E aí, caro leitor, das duas alternativas, você fica com qual?
(…)
Leia mais na edição nº 9894, dos dias de 24 e 25 de setembro de 2015.