Antônio Carlos Álvares da Silva
Sou do tempo em que a informação chegava ao público, através da rádio e dos jornais. Ainda não havia TV. Por isso, havia mais tempo, para conversar e trocar ideias. Isto é, a informação era mais pessoal e vinha também do diálogo. O advento da TV e da Informática tornou a informação e o conhecimento mais difundidos. Hoje, mensagens pela internet chegam a milhares de pessoas, em poucos minutos. Num par de horas, se pode ver e ouvir notícias nos vários canais de TV. Porém, o conteúdo é precário, porque as informações são superficiais e repetidas. Resultado: Recebe-se muita notícia e pouca informação. Esses fatos talvez expliquem, porque certos políticos gozem de tanta popularidade e prestígio. É o caso da presidente Dilma. Foi medíocre em tudo, que fez. Nunca se destacou, como militante da esquerda revolucionária. Tanto é verdade, que foi presa e libertada rapidamente. Normalizado o regime político, foi apagada militante do PDT gaúcho, por vários anos. Depois, ingressou no PT, mas não teve realce. Só apareceu no segundo mandato do governo Lula, quando foi nomeada sucessivamente, para ministra das Minas e Energia e para a Chefia da Casa Civil. Sem dúvida, por ser mulher. Durante seu ministério, não apareceu. Era praticamente desconhecida, quando Lula a tirou do bolso do colete, para ser a candidata do PT à sua sucessão. Favorecida pela popularidade de Lula, pela inexpressividade do opositor José Serra e pela antiga hostilidade da maioria da população de mineiros, nordestinos e nortistas contra os paulistas, ganhou facilmente. O início de seu governo não foi comum: Em menos de dois anos, se viu na situação inédita de precisar demitir uma dezena de membros de seu ministério por corrupção, sem que ninguém fosse punido. Essa lembrança deveria levar a perda de popularidade, já que ela conhecia perfeitamente as “belezuras”, que nomeara. Aconteceu o contrário: Ela atingiu índices ainda maiores de aprovação. Nem o julgamento do “mensalão”, cujos fatos aconteceram, quando ela já fazia parte do governo Lula, diminuiu seu prestígio. Foi favorecida pelos benefícios da Bolsa Família, o baixo desemprego e o acesso da classe C a um consumo maior. Para isso, contribuiu muito o aumento dos gastos públicos, especialmente com funcionários e políticos. Dou um pequeno exemplo: O Congresso Nacional – Senado e Câmara dos Deputados – vai gastar este ano 8,5 bilhões de reais. Se dividirmos esse valor pelos 365 dias do ano, vamos verificar que o Congresso gastará mais de 23 milhões de reais POR DIA! Um esclarecimento a mais: Os parlamentares brasileiros só trabalham de terças às sextas-feiras e têm um recesso anual de 2 meses. Ou seja, trabalham apenas 13 dias por mês. Aí, o gasto sobe para 65 milhões de reais por dia. Fora o dinheiro do “mensalão” ! Com toda essa farra econômica, a dívida do governo federal no ano passado passou de 2 trilhões de reais! O governo gastou essa dinheirama e não conseguiu: A – Manter o PIB – Produto Interno Bruto de 2011. Ele diminuiu mais de 60% e não passou de 1%, enquanto México, Colômbia, Peru e Chile tiveram PIBs muito maiores, com inflação menor. B – A inflação brasileira está em alta e o governo não tomou nenhuma medida para revertê-la. Fala-se em inflação de 6,15% ao ano, mas, na parte, que interessa ao povo – alimentos e serviços – o aumento foi muito maior; C – O desmonte da Petrobrás. A maior empresa brasileira, por força de uma administração ruinosa, perdeu mais de metade de seu valor, centenas de bilhões de dólares e já não tem capital para explorar o pré-sal, que era a esperança do Brasil, para crescer. Enquanto isso, o Ministério Público está processando a empresa por corrupção na compra e venda, em menos de dois anos, de uma refinaria americana. Apesar disso, a popularidade de Dilma está em alta. Muito porque a Petrobrás, os Bancos Oficiais e empresas estatais gastam fortunas em propaganda na TV, que expõe Dilma diariamente em suas telas. E depois de toda essa picaretagem, o PT e José Dirceu ainda querem controlar a imprensa, alegando que ela prejudica o PT e o Governo. É o fim da picada!
(Colaboração de Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).
Publicado na edição n° 9511, dos dias 16, 17 e 18 de janeiro de 2013.