Mais uma vez a barulheira

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Antônio Carlos Álvares da Silva

 

Um assunto sempre presente em meus artigos é o barulho na cidade. Já escrevi que Bebedouro é a capital nacional do barulho. A começar por veículos com escapamento aberto e potentes caixas de som. Depois, são os carros de propaganda, que circulam seguidamente pelas ruas centrais. Eles infernizam a vida de quem paga impostos, para exercer uma profissão, em um escritório, ou em casas comerciais, bem como os clientes, que comparecem a esses locais. Sempre insisto em lembrar, que São Paulo proibiu a circulação de carros de som na cidade. Também foi proibida a colocação de caixas de som em lojas. Bares e até igrejas têm o volume de som fiscalizado. Foi instituído um número de telefone 24 horas por dia, para a reclamação dos excessos. Fui apoiado por muitos, que também entenderam, serem a paz e o sossego público bens essenciais, para uma vida civilizada. Mas, os políticos de Bebedouro sempre se recusaram a discutir o problema. Não se dispõem a enfrentar os barulhentos em defesa do interesse público. Estou voltando ao assunto, porque reportagem do Estadão do último domingo, abordou situação completamente diferente na Europa. Lá, especialmente na Suíça e na Alemanha, a situação se inverte. O barulho não é tolerado, mesmo em locais, onde existem tolerância em outros países. Na Suíça, a regra é tão rígida que, em determinados edifícios de apartamento, é proibido dar descarga em privadas, depois das 22 horas. Nas escolas, existem regras, proibindo o barulho durante o recreio e também nas quadras esportivas escolares. O assunto foi comentado na reportagem, porque essas regras estão sendo discutidos por psicólogos. Eles entendem, que tais regras merecem ser flexibilizadas, porque a ampla liberdade nessas atividades é essencial, para o desenvolvimento das crianças. Como sempre acontece, o ideal seria um equilíbrio entre as duas tendências. Será, que algum dia chegaremos a esse equilíbrio? Ou estamos condenados a permanecer no terceiro mundo?

Eleições na Venezuela

As eleições na Venezuela ganharam destaque mundial, porque aconteceram logo após a doença e a morte de Hugo Chávez. Esperava-se uma vitória estrondosa de Nicolás Maduro, indicado pelo líder falecido. No entanto, a diferença foi apenas de pouco mais de 1%. Muitas explicações foram dadas, para tão pequena diferença. Para mim, uma das menos comentadas foi a principal. O candidato da oposição Henrique Capriles tem uma aparência e presença muito melhores, que a de Maduro. Este parece mais um porteiro de boate. Já tinha notado, que a aparência tem uma grande influência em eleições majoritárias. O mais recente exemplo aconteceu nas eleições para prefeito de São Paulo. O novato Fernando Haddad ganhou por larga margem do conhecido José Serra. Ganhou porque José Serra é apagado, obscuro e nota zero em presença e carisma. Nas eleições, que ganhou, foi favorecido pela imensa rejeição de seus oponentes. Fernando Haddad mostrou a cara e isso foi suficiente.

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Leia mais na edição nº 9540 dos dias 27 a 30 de abril e 1º de maio de 2013