O mundo está sofrendo os efeitos da mudança climática gerada pela excessiva emissão dos gases causadores do aquecimento global. Sabe-se que os combustíveis fósseis um dia acabarão. Só não se sabe se esse término ainda encontrará a humanidade viva. A maior ameaça que a vida sofre hoje é o seu extermínio, por falta de condições para uma existência hígida.
Por isso é que a descarbonização é a palavra de ordem mais pronunciada pelos que não perderam de todo a consciência. Até os que vivem da exploração de petróleo se preocupam com isso e sabem que precisam investir na transição energética.
Um dos projetos é reinjetar o dióxido de carbono em reservatórios esvaziados. Surgiu na Noruega a ideia de capturar carbono e reintroduzi-lo nos espaços depletados, ou exauridos. Os equipamentos para essa operação foram fabricados no Brasil pela Aker Solutions. Utilizou-se uma árvore de natal para a reinjeção de carbono e ela foi fabricada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Também se estuda a criação de uma plataforma no meio do mar, também voltada à reinjeção de carbono. Não é fácil, porque precisa haver a captura, a liquefação do gás e sua introdução no campo vazio. A tendência é que todos os reservatórios de onde se extrai o petróleo hoje, um dia se esvaziem. Aproveitá-los para guardar o subproduto nocivo que eles geram é uma resposta.
Simultaneamente, petroleiras e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul pensam em instalar usinas eólicas em alto-mar. Os ventos nos oceanos podem ajudar a produzir energia limpa e a acelerar o ritmo da descarbonização. Se não houver isso, a atmosfera se tornará a cada dia mais irrespirável e toda espécie de vida será prejudicada.
Se isso ocorre na esfera macro, envolvendo empresas e pesquisadores, as pessoas podem oferecer a sua contribuição mediante economia no uso de água e de energia elétrica. Produzindo menos dejetos, menos resíduos sólidos. O excesso daquilo que chamamos “lixo” é uma das causas do comprometimento do ar que respiramos. A consciência ecológica é uma aliada no sonho possível de fazer com que a Terra volte a ser aquele planeta amigo e acolhedor, que deixou de ser por ignorância e insensatez de sucessivas gerações.
Mutirão das Árvores
Todos sabem que as mudanças climáticas decorrem do aquecimento global. E este é causado pela emissão de gases venenosos causadores do efeito-estufa. Essa realidade chegou, já ceifou vidas e vai continuar a se intensificar. Novembro de 2023 foi o mês mais quente em São Paulo. Mas dizem que teremos saudades dele, quando chegarmos a novembro de 2024.
O aquecimento global é causado também pelo desmatamento. O Brasil tem 170 milhões de hectares devastados. Eles precisam ser restaurados. Mas todas as cidades precisam de árvores. Há o movimento “One Trillion Trees”, encarregado de plantar um trilhão de árvores no planeta. E em todo o Brasil, a Fundação Pitágoras, o braço social da Cogna Educação, lançou o projeto “Mutirão das Árvores”. A notícia chega por intermédio de Jorge Pinheiro Machado, um operoso ambientalista, responsável pelas Regiões da Ação Climática-R20, que trouxe um ofício assinado por Helena Fares Campos Neiva, da Fundação Pitágoras.
A ideia é mobilizar estudantes da rede pública da educação básica. São 265.679 escolas no Brasil, quase 40 milhões de crianças e jovens e 2,2 milhões de professores. Essa ideia é plenamente factível e deveria ser seguida por todas as cidades. Restituir à natureza as árvores que dela foram subtraídas é um ato moral da maior relevância. Uma árvore significa vida, em sua mais pretensiosa concepção. Árvore representa a preservação da água. É o acolhimento à fauna silvestre. É sombra, é temperatura amena, é qualidade existencial.
Por mais que se aborde a educação ecológica nas escolas, nada como propiciar ao educando a experiência de plantio de uma espécie nativa do bioma em que ele residir. Fortalecerá o intuito de proteger a cobertura vegetal, intensificará o respeito à natureza, tão ferida quanto destruída.
Acima disso, o plantio em áreas municipais geraria o subproduto de conscientizar a população a respeito da gravidade da mutação climática. Todo o apoio a essa iniciativa benfazeja. Que ela se replique em cada um dos 5.666 municípios brasileiros.
(Colaboração de José Renato Nalini, reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo).
Publicado na edição 10.843, quarta, quinta e sexta-feira, 15, 16 e 17 de maio de 2024