Seja em pistas vicinais ou estradas pedagiadas, o número de mortos é elevado.
Em julho, a Gazeta fez importante reportagem sobre a quantidade de mortes na Rodovia Armando de Salles Oliveira, a Rodovia da Laranja. Com dois falecimentos neste final de semana, na estrada vicinal entre Morro Agudo e Viradouro; e na Rodovia Brigadeiro Faria Lima, a população toda foi atingida por muita tristeza.
Neste ano em que se discute na Assembleia Legislativa, a suspeita de aumento exagerado das tarifas de pedágio, os deputados estaduais poderiam aproveitar para analisar todo o sistema viário paulista.
Todos os dias somos informados de centenas de mortes em decorrência de guerras civis na Faixa de Gaza e Ucrânia, porém, ao mesmo tempo, pelo Brasil, centenas de pessoas perdem a vida nas estradas, seja no perímetro urbano ou nas pistas.
Departamento de Estradas de Rodagem, Artesp e concessionárias de rodovias precisam ir além das campanhas educativas. Impossível zerar o número de acidentes, porque entra nesta equação, o comportamento de cada condutor de veículo, mas pode-se aumentar as medidas de segurança, principalmente nas pequenas e estreitas estradas vicinais.
Governo e iniciativa privada têm contas a prestar à sociedade porque de um lado arrecada-se com IPVA e de outro, na cobrança dos pedágios. Gasta-se muito em publicidade, mas não se divulgam estudos que ofereçam mais segurança aos motoristas.
Entra nesta lista, a indústria automobilística, a que mais fatura com a venda de veículos, mudam desenhos, os deixam esteticamente sempre mais atraente, porém, após as colisões, pouco sobra da estrutura, que não protege quem os conduz.
Estamos em tempo de luto, mas ao cessarem as lágrimas, precisamos nos mobilizar por mais segurança em avenidas, ruas e estradas. Chega de mortes, já não aguentamos mais chorar.
Publicado na edição nº 9728, dos dias 4 e 5 de agosto de 2014.