Que saudade do bom e velho futebol brasileiro! Que saudade do toque de bola, do drible malandro e do amor à camisa. Que saudade dos velhos ídolos e das bandeiras nos estádios. Quanta saudade do bom e velho futebol brasileiro.
Nostalgia significa o estado de profunda tristeza causado pela falta de algo. É a sensação de saudade originada pela lembrança de um momento vivido no passado ou de pessoas que estão distantes. É o sentimento de pesar despertado pela lembrança de uma época boa. E no Brasil, a época boa do futebol já passou, e está difícil de voltar.
Para o nostálgico, o antes é melhor que o hoje e, no futebol, acaba criando máximas como: “O futebol de antes era mais técnico”; “Os craques de agora não teriam lugar nos grandes times do passado”, ou “As Copas antigas eram mais bem jogadas”.
A geração que viu Maradona jogar não admite a possibilidade de Messi superá-lo, que Ronaldinho Gaúcho possa ter sido tão bom driblador quanto Garrincha, que um zagueiro tenha a mesma categoria de Franz Beckenbauer ou que existam goleiros do nível de Yashin (ex goleiro da URSS).
No futebol vemos a continuação de ídolos e heróis que permanecem como referências. Cada época é marcada por um deles. Quando saem de cena são lembrados pelos mais nostálgicos. E, por mais que possam ser superados em campo, conquistaram um lugar especial no imaginário popular que dificilmente será perdido e, no fim das contas, tornam-se uma preferência pessoal do torcedor de futebol.
O talento dos jogadores brasileiros sempre foi inquestionável, mas nos anos 1990 era abundante. A Seleção Brasileira chegou a ter, por exemplo, Ronaldo, Romário e Edmundo brigando por uma vaga no ataque. Atualmente, qualquer um deles seria titular absoluto. Além disso, nossos craques fizeram boa parte de sua carreira no Brasil, diferentemente dos atuais, que muitas vezes saem daqui como desconhecidos para se destacar no exterior, como Hulk, David Luiz e Roberto Firmino.
São tantos os exemplos de craques que viveram nos anos 1990 o seu auge e hoje deixam saudades que a lista fica quase interminável: Romário, Renato Gaúcho, Vampeta, Edílson, Luizão, Edmundo, Túlio Maravilha, Bebeto, Clébão, Rivaldo, Viola, Dener, Marcelinho Carioca, Amaral, Müller, Raí, Neto, Evair, Jardel, e por aí vai…
Isso sem contar os esquadrões das décadas de 50 e 60, do estupendo time da Academia do Palmeiras ou do incrível time do Santos, liderado por Pepe, Pelé e Coutinho. Esse tema rende muito bate papo e muita conversa em rodas de amigos ou discussões com amantes do futebol.
Queiram ou não, vivemos em uma época pobre do futebol nacional, e não me envergonho de admitir que sim, sou um nostálgico da bola.
Publicado na edição nº 9989, de 24 e 25 de maio de 2016