O passado é o futuro de ontem

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Antonio Carlos Álvares da Silva

Aqueles, que se esquecem dos erros cometidos no passado, estão condenados a repetí-los. Ditado espanhol.

Alguns leitores me questionaram, a respeito do meu artigo, quando eu afirmei, que o Brasil está se encaminhando, para chegar à atual situação da Grécia. Eles acham, que o Brasil já está com uma economia igual: Recessão há 2 anos, dívida pública crescendo, previdência deficitária, inflação em alta e desemprego subindo. Esses problemas são graves, por sua natureza e vão ficando mais graves ainda, porque a classe política não tem tomado nenhuma medida, para enfrentá-los. Pelo contrário, estão aprovando outras, que as agravam. Apesar de tudo isso, acho, que ainda não estamos no mesmo patamar da Grécia. Lá, contra a vontade da maioria da população, o governo se viu obrigado a demitir funcionários, a diminuir o valor dos salários dos servidores públicos e da iniciativa privada e de todas as aposentadorias.
Precisou ainda manter os banco fechados, para restringir a retirada dos depósitos. O desemprego é muito alto e a economia está praticamente paralisada. O meu artigo chamou a atenção da Grécia, por que não vejo aqui nenhuma preocupação de tomar medidas de contenção. Todos clamam, por mais gastos. Os políticos e principalmente os funcionários, inclusive os de alto escalão não querem levar em conta um princípio básico da administração: Trata-se da necessidade de equilíbrio entre a receita e a despesa no orçamento público. Querem aumentar seus ganhos e influência, agradando a todos os interessados.
Fazem questão de esquecer, que a receita é um número real e finito. Ele não se estica pela vontade dos interessados. Quando chega ao fim, não existe expediente, ou mágica, que o faça aumentar. Então, começam os expedientes: Eles engendram um “faz de conta”. Gastam mais, vem a dívida e eles a jogam para o orçamento do ano seguinte. A repetição dessa manobra é o anúncio do desastre final. Para evitar esse final trágico, será, que é suficiente, ficar torcendo, para que nossos políticos acordem e abram suas mentes, para a Grécia e também para os homens públicos, que, no passado, fecharam as portas para a gastança. John Kennedy, há mais de 50 anos, resumiu sua visão de governar ao dizer: “A fórmula do sucesso não existe; mas, a do fracasso não falha, é tentar agradar a todos“. Porém, o exemplo mais marcante aconteceu na Inglaterra, há mais de 30 anos: O país gastava muito, tentando implantar o chamado “bem estar socialista”. Aumentava salários e benefícios, sem medida e sem se preocupar com o equilíbrio orçamentário. Lá, felizmente, os políticos acordaram e elegeram Margareth Thatcher, que clamava contra o desastre anunciado e insustentável. Ela reverteu a política: Conseguiu cortar todos os gastos e vantagens exageradas dos funcionários e diminuiu programas anteriores. Paulatinamente, a Inglaterra teve a economia equilibrada. Esses cortes reduziram a qualidade de vida da Inglaterra? Não existe nenhum sinal disso. Pelo contrário. Atualmente, milhares de refugiados percorrem toda a Europa mas, seu objetivo é ingressar na Inglaterra. Mesmo que precisem se arriscar em cima de trens, que circulam a partir da França. Eles nunca ouviram falar dos cortes de gastos anteriores, mas sabem que o equilíbrio da economia inglesa lhes torna a vida na Inglaterra mais confortável, que no restante da Europa.
Pouca gente sabe da frase lema de Margareth Thatcher, base de toda sua atuação. Ela disse: “O problema do socialismo é que um dia ele termina, quando o dinheiro dos outros acaba!”.
(Colaboração de Antonio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).

(…)

Leia mais na edição nº 9875, dos dias 8, 9 e 10 de agosto de 2015.