Rogério Valverde, diretor do departamento de trânsito de Bebedouro

É comum alguns menos avisados acharem que nossa Guarda Civil Municipal, após a implantação do SIS, se limita a “assistir” imagens das câmeras espalhadas por toda cidade. Ledo engano.

 

Quem teve oportunidade e interesse em conhecer as instalações do SIS sabe que o que menos se faz dentro da sala de operações é “assistir” as telas.

Para prosseguir sobre o tema, necessário primeiro entender o que é inteligência artificial ou simplesmente IA.

 

A IA chegou para revolucionar a vida das pessoas de várias formas, já que todo cidadão, querendo ou não, é “engolido” pela tecnologia todos os dias, seja para estudar, se divertir, passear ou trabalhar. Aliás, este texto antes de chegar até a este jornal impresso, passou por um ou vários computadores, onde certamente a leitura de dados e algoritmos já deu conta de armazenar em sua memória, formando um infinito banco de dados.

 

Vamos usar a IA para buscar na internet o conceito sobre ela mesma e veremos o resultado: “A Inteligência Artificial é a capacidade que soluções tecnológicas têm de simular a inteligência humana, realizando determinadas atividades de maneira autônoma e aprendendo por si mesmas, graças ao processamento de um grande volume de dados que recebem de seus usuários”.

Pois bem, respondido pela própria IA o que é IA, passamos a entender onde ela se aplica no SIS.

 

Cruzando dados e informações automaticamente, a IA aplicada no SIS, por exemplo, informa em tempo real se algum veículo com queixa de furto, roubo ou qualquer outra irregularidade está transitando pela cidade. Isso não só pela leitura de placa, mas também pelas características de cada veículo. Aliás, mais de 30 veículos que tinham sido roubados ou furtados, inclusive em outras cidades e Estados foram devolvidos aos seus donos, graças à IA do SIS. Também através da IA o SIS conseguiu retirar de circulação mais de uma centena de motos que estavam de alguma forma envolvidas em algum delito, seja em Bebedouro ou em outra cidade de todo país, já que a IA cruza informações com diversos órgãos de segurança pública de todo Brasil. Ainda, temos casos de veículos clonados que foram apreendidos. Ora, mas como saber se um veículo é clonado? Simples: a IA identifica um determinado veículo andando por Bebedouro e, em espaço de tempo impossível, “o mesmo veículo” andando em outra cidade. Exemplo: veículo X andando por Bebedouro às 15h e o mesmo veículo X andando por Guararema às 18h. A própria IA conclui que um dos dois veículos é clone, já que pela diferença de tempo seria impossível sair de Bebedouro às 15h e chegar a Guararema às 18h.

 

Usando IA, o SIS já resolveu inúmeros crimes como, por exemplo, na localização de bens que jamais seriam encontrados não fosse a tecnologia. Através do SIS também evitou-se uma gama imensa de crimes, pois abordagens a veículos suspeitos ocorreram de forma preventiva, graças a IA. Também através do SIS foi possível desbaratar quadrilhas de roubos de carros e residências, tudo utilizando IA embarcada no projeto inovador de Bebedouro.

Portanto, falar de SIS é falar de Inteligência Artificial e quem não reconhece isso, deveria usar a IA para se informar melhor.

 

(Colaboração de Rogério Valverde, advogado bebedourense, secretário de Segurança Pública de Bebedouro).

 

Publicado na edição 10.877, quarta e quinta-feira, 2 e 3 de outubro de 2024 – Ano 100