Obsolescência programada – Quebrou ? Compra outro, oras !

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Julio Cesar Sampaio

Comecemos esse artigo como em excerto para se refletir no decurso do mesmo:“Um produto é algo feito em fábricas; uma marca é algo que é comprado pelo consumidor. Um produto pode ser copiado por um concorrente; uma marca é única. Um produto pode ficar rapidamente obsoleto; uma marca de sucesso é eterna” – Stephen King. “Desde a Revolução Industrial, a relação entre consumo, indivíduo e sociedade tem sido uma das principais discussões dentro das Ciências Humanas, que buscam, desde então, entender e explicar como o novo modo de produção transforma e afeta a sociedade moderna. Com a produção em massa, surgia também a necessidade da indústria de conhecer melhor o perfil dos seus consumidores e, principalmente, de criar novas maneiras para incentivá-los a comprar cada vez mais. Foi na década de 1920 que a indústria de lâmpadas decidiu então aplicar o conceito de “obsolescência programada” na linha de produção, o que reduz a vida útil dos produtos para que o consumidor tenha de trocá-lo com mais frequência. A ideia de diminuir o tempo de uso de produtos apareceu pela primeira vez em 1925 quando o cartel Phoebus, formado pelos principais fabricantes de lâmpadas da Europa e dos Estados Unidos, decidiu reduzir o tempo de duração de suas lâmpadas de 2.500 para 1.000 horas, a fim de aumentar o lucro das indústrias filiadas” (fonte: Goethe institut). Pois bem, Obsolescência Programada! Isso mesmo: Obsolescência Programada! Vivemos hoje num ‘mundo’ programado para se autodestruir: Obsolescência Programada! Obsolescência (obsoleto = que deixa de ser usado, por antiquado; ultrapassado, superado); um mundo vigente de coisas programadas para serem trocadas, ou seja, significa reduzir a vida útil de um produto para aumentar o consumo de versões mais recentes. Isso nos assusta, por deveras, pois, nessa ‘dialética de consumo’, se pensarmos no nosso dia a dia, dá para elencarmos algumas ‘coisas’ da (maldita) Obsolescência Programada:
1- Produtos eletrônicos (quando perdem sua ‘garantia’, perdem sua qualidade e, simplesmente, quebram!);
2- Conhecimento dogmático em ciências exatas e biológicas (discentes do Ensino Médio aprendem fórmulas; decoram fórmulas, na maioria das vezes, apenas para o vestibular!);
3- Produtos que compõem o segmento – linha branca (geladeiras, lavadoras, fornos de micro-ondas, entre outros); entre outros…
Obsolescência Programada! Obsolescência Programada!
Obsolescência Programada! Obsolescência Programada!
A vida esta perdendo o sentido (…). O enfraquecimento dos ‘sistemas’ de proteção à vida, e seus valores intrínsecos subsequentes, gera um permanente ambiente de incerteza em nossas vidas, causando o fim da perspectiva do planejamento, em longo prazo, de qualquer expectativa humana em algo por ser planejado… Tudo ‘fruto’ da Obsolescência Programada!
Vamos, repita comigo: Obsolescência Programada!
Comecem (cada um de vocês, caros amigos leitores que compactuam do mesmo pensar que nós, aqui, nesse desabafo!) a divulgar:
Obsolescência Programada!
Obsolescência Programada!
Obsolescência Programada!
Se você quer mostrar sua indignação, não só por levar cartazes às ruas, mas também por usar esse ‘veículo’ de correspondência (jornal), por favor, divulgue a aplicabilidade do conceito – Obsolescência Programada! -, no seu dia a dia, a começar por refletir esse desabafo AQUI, pronunciando a maldita palavra:
Obsolescência Programada! Obsolescência Programada!
Obsolescência Programada! Obsolescência Programada!
Em suma, só assim essa palavra fará parte do seu (e nosso) vocabulário oral e escrito, causando um pensar ‘não alienado’, não obstante, como diria M. De Montaigne: “A mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil ao maior número de pessoas”(…).

(Colaboração de Julio Cesar Sampaio, licenciado em Filosofia com pós-graduação no Ensino de Filosofia).

Publicado na edição nº 9719, dos dias 15 e 16 julho de 2014.