Ordem e progresso… Eis nosso labor social!

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“O amor vem por princípio, a ordem por base/O progresso é que deve vir por fim/Desprezaste esta lei de Augusto Comte/E foste ser feliz longe de mim”.  – Música: Positivismo – 1933, de Noel Rosa e Orestes Barbosa.

Julio Cesar Sampaio

 

Comemora-se nesse domingo próximo o dia da Independência do Brasil – 7 de setembro de 1822 -, ou seja, historicamente, marcou-se, neste dia, o fim do domínio português e a conquista da autonomia política em “solo brasileiro”. Passado alguns anos, eis que surge “incrustado” em nossa Bandeira, o dístico: ORDEM E PROGRESSO, mais precisamente no ano de 1889, um projeto de autoria de Raimundo Teixeira Mendes, com a colaboração de Miguel Lemos. Doravante, nesta época, a França, já representada na figura do filósofo positivista – Augusto Comte e sua ideologia que fomentava que todas as sociedades constituídas por núcleos permanentes, como a família e a propriedade, deveriam promover o progresso; ou seja, devido o avanço científico europeu do início do século XIX, decorrente da Primeira Revolução Industrial, fez com que o homem acreditasse em seu completo domínio da natureza – positivismo comtiano. Reiterando, pelo dístico da Bandeira, podemos contextualizar aqui, ainda que de forma lacônica, que o lema – ORDEM E PROGRESSO -, era uma corroboração fomentada com o fino propósito de impulsionar, pelo desenvolvimento, valores almejados pela Nação (representada, então, na época, pela forças Armadas), baseado na asseveração de A. Comte: “o amor por princípio e a ordem por base, o progresso por fim”. Tal ideologia “comtiana”, em suma, idealizou nossa bandeira, onde aquela tinha como princípio: o amor – nosso labor social! (…). Você já pensou nisso? Boa reflexão!

(Colaboração de Julio Cesar Sampaio, Licenciado em Filosofia com pós-graduação no ensino de filosofia).

Publicado na edição nº 9742, dos dias 6, 7 e 8 de setembro de 2014.