Pepe, o professor de mil histórias

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Na infância, ele era conhecido no Jardim Alvorada como Beto. Na sala de aula, o apelido é Pepe, o professor de História. O migrante baiano é apaixonado pela mãe, pelo magistério e por Bebedouro. Fã do guerrilheiro Che Guevara, o educador é uma das referências do Movimento Acorda Bebedouro.

Sua fortaleza – Ao lado da mãe, irmãos e padrasto, Pepe mostra de quem herdou o caráter.

Gazeta de Bebedouro – Suas irmãs: Luciene e Rosangela são educadoras como você. É coincidência?
Pepe – Na verdade não vejo como coincidência, mas acabou se tornando porque a vida acabou nos levando para isto. Não sonhava me tornar professor, mas a vida me levou a esta profissão.

GB – O que queria ser?
Pepe – Jornalista, mas as circunstâncias da vida não permitiram. E com uma certa facilidade que eu tinha em aprender História, acabei cursando a faculdade na Fafibe. Foi melhor assim, porque eu trabalhava. Sempre gostei de História desde o começo do meu aprendizado escolar. Fui um aluno dedicado a este tema. Depois de algum tempo, fui estudando mais coisas sobre mim mesmo, naquela busca de autoconhecimento. E assim descobri que Roberto é um nome bom para professor…

GB – Por quê?
Pepe – Porque é um nome de origem germânica. Na verdade, os meus dois primeiros nomes são bons. José é de origem hebraica, que significa, Deus acrescenta ou Aquele que acrescenta. E minha função como professor é tentar acrescentar alguma coisa para meus alunos. E Roberto significa brilhante na glória. Se eu conseguir ser brilhante no que faço será melhor para as pessoas que convivem comigo.

GB – Diante destas citações, qual sua religião?
Pepe – Eu me identifico muito com o espiritismo e com o cristianismo de modo geral. Mas no momento, não frequento nenhuma religião.

GB – Por que sua família migrou da Bahia para o interior de São Paulo?
Pepe – A nossa história foi bem sofrida, no começo, porque a gente morava em uma cidade muito pequena. Tivemos que migrar para o estado de São Paulo, por causa de problemas de saúde. Minha mãe tinha sério problema na coluna, com risco até de ficar paraplégica. Ela teve que ficar cinco anos em tratamento em Ilhéus, depois transferindo-se para São Paulo. Neste intervalo de tempo, fiquei dois anos sem ver minha mãe. Havia um irmão de meu padrasto que mora em Bebedouro, que os convidou para conhecer a cidade. Eles gostaram daqui e viemos para cá, em abril de 1985. Chegamos em Bebedouro pouco dias antes do anúncio da morte do presidente Tancredo Neves. Eu fui estudar no Sesi, Stélio Machado Loureiro e na escola Dr. Paraiso Cavalcanti, além da Escola Orlando França de Carvalho.

(…)

Leia mais na edição n° 9576, dos dias 27, 28 e 29 de julho de 2013.