Está sobrando assunto para ser abordado. Vou começar respondendo a uma pergunta, já feita várias vezes. Querem saber a origem das expressões, Direita e Esquerda, na política partidária. Pelo que consta, é a seguinte: Há mais de dois séculos a França era governada (regida) por um Rei, com poderes absolutos. Somente ele decidia. Houve um movimento popular e o Rei teve, que compartilhar esses poderes. Formou-se uma assembleia. Foi adotada a seguinte norma: Aqueles favoráveis ao Rei, sentava, à sua direita. Os que lhe eram contra, sentavam à sua esquerda. Daí as expressões: Representante da Direita, ou da Esquerda. Passo a outro assunto dominante no noticiário: A Reforma da Previdência. Os esforços do governo, para aprová-lo têm esbarrado em uma série de argumentos formulados por deputados e senadores. Nenhum discute a sua necessidade, embora ela seja imprescindível. Seu déficit aumentou de 32,2 bilhões de 2007, para 239,4 bilhões de 2014. Em 2016, chegou a 270 bilhões. E vai continuar aumentando. O argumento discutido pelos congressistas: É uma reforma impopular. Não deve ser discutida em proximidade de eleições. Fica claro, a prevalência do interesse deles sobre os interesses do país. Mas, já é norma na política brasileira. Um exemplo claro: Lula e Dilma, quando estavam no governo, defendiam a reforma. Agora, são contra. A contradição está inerente na política nacional. Para completar a contradição, outro grupo de deputados passou a argumentar o seguinte: Se a Reforma da Previdência for aprovada agora, a situação do Brasil vai melhorar tão depressa, que Temer ganhará popularidade e será um candidato imbatível em 2018 (Estadão, 3/12/2017 A-3). Penso, que existe um motivo adicional complicando o quadro: Cada deputado e senador durante o mandato, conseguiu nomear uma montanha de parentes e cupinchas para o serviço público. A reforma vai aumentar a idade de aposentadoria e igualar os direitos dos contribuintes do serviço público, com os da iniciativa privada. E na opinião do funcionalismo lhes trará prejuízos, pela retirada de privilégios. Então, parentes e cupinchas pressionam seus padrinhos a deixar as coisas como estão. Por enquanto estão sendo bem sucedidos.
Nessa discussão. Tem sido deixada para o segundo plano, a anunciada privatização da Eletrobrás. Ela está sendo combatida por seus funcionários e partidos de Esquerda, onde a palavra privatização é uma traição ao Brasil. Nessa conjuntura, é bom lembrar a privatização da Companhia Telefônica Brasileira, acontecida na primeira gestão do governo Fernando Henrique. Ela foi criticada com os mesmos argumentos. Antes, um telefone particular valia 10 salários mínimos em Bebedouro e 10 mil dólares nos grandes centros. Seu valor era tanto, que a posse de um telefone tinha que ser declarada entre os bens para o Imposto de Renda.
Mas, valia a pena. Era alugado por preço compensador. Por isso, para adquiri-lo, era necessário esperar vários anos. Feita a privatização, atualmente, o Brasil tem mais de 200 milhões de telefones. Se adquire um telefone fixo facilmente. Mas a Esquerda não enxerga isso. Prevalece o lema centenário. Privatização nunca. É a política rasteira, que não vê a realidade.
Colaboração de: Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense.