O depósito de materiais recicláveis que ocupava irregularmente uma área no recinto da Feccib nova desde 2008, começou a desocupar o local, na terça-feira (6). A ação de reintegração de posse movida pela prefeitura municipal contra a empresa foi acatada pela Justiça em agosto de 2014 e o empresário tentou recurso que foi indeferido pelo juiz de direito.
O diretor do Depto. Jurídico da municipalidade, Telmo Vidal Júnior, explica que, a partir daí, tentou-se acordo amigável para a desativação, que não foi aceito pelo proprietário, o que motivou a obrigatoriedade de sua saída imediata do local.
A reportagem da Gazeta, que denunciou a ocupação irregular e fez dezenas de matérias desde 2008, foi até a área e comprovou que todo o material ali existente estava sendo retirado por caminhão, mas muita sujeira ainda permanecia à vista.
As fotos tiradas foram levadas ao geólogo Carlos Eduardo Cardoso para que desse sua opinião sobre a possibilidade de contaminação do local. Em seu depoimento, o técnico se disse preocupado, pois o risco disto ter ocorrido é real. “Foram muitos anos de ocupação irregular e provavelmente a empresa não possuía licença ambiental para desenvolver sua atividade” e complementa, “o que mais preocupa, pelo exame superficial das fotos, é o depósito de lâmpadas fluorescentes que, quando quebradas, liberam mercúrio e chumbo, metais pesados que podem contaminar o ar, o solo e a água subterrânea; esses materiais, principalmente o mercúrio que é volátil, são tão perigosos que podem até contaminar quem os manipula, inclusive o próprio proprietário e seus funcionários”. Ao terminar, o geólogo recomendou que a prefeitura convoque a Cetesb para que faça uma inspeção e finaliza, “ não sei se existem poços de captação de água nas proximidades, mas se existirem, a possibilidade de estarem com suas águas contaminadas é muito grande, pois a pluma de contaminação tende a descer por gravidade e ocupar áreas que se localizem em cotas mais baixas; o ‘plumbismo’, doença causada pela ingestão de chumbo, é uma enfermidade classificada como muito grave e pode levar à morte”, e completou, “eu não tomaria a água retirada de lá!”.
(…)
Leia mais na edição nº 9900, dos dias de 8 e 9 de outubro de 2015.