
Site invadido é aviso de que é preciso investir mais na segurança, no conteúdo e na interatividade.
A recente invasão do site da Prefeitura de Bebedouro (www.bebedouro.sp.gov.br) por “hacker” serve de alerta para a necessidade de mais investimento digital do governo municipal em sua interface digital. A verdade é que se o infrator não tivesse invadido a página, poucos notariam que ela existe.
Diferente de outros municípios, o site da Prefeitura é um projeto mal acabado, por causa da maior doença das administrações públicas, a falta de continuidade política. Foi iniciado em uma gestão, mas o governo seguinte não progrediu seus limites.
O site peca pela falta de ferramentas de interatividade, como, por exemplo, serviços com esclarecimento de dúvidas frequentes, como consultas ou emissão de guias de recolhimentos de impostos e tributos, essenciais para facilitar a vida dos contribuintes.
Ultimamente, a página oficial tem servido tão somente para postagem de releases da Prefeitura, que geralmente já foram distribuídos para todos os órgãos de comunicação. Nem o texto, nem as fotos são adaptados para o ambiente virtual.
Do mesmo defeito sofre o site oficial da Câmara Municipal de Bebedouro. Ele foi bravamente arquitetado por funcionários que se esforçaram na tarefa, sem a necessária assessoria especializada para construção de interfaces eletrônicas. Também precisa ser revisto para melhor atender a comunidade.
Por enquanto, a classe política de Bebedouro não acordou para a importância da Era Digital. Com o aumento de acessos, a internet, principalmente com a banda larga, há enorme demanda por interação com a população.
O atual prefeito tem perfil nas redes sociais. Através do Facebook, ele interage com as pessoas de determinada forma dando a perceber que os textos são escritos por ele mesmo e não por assessores. Está aí outra falha recorrente dos políticos, achar que o internauta não percebe a diferença.
Por outro lado, é preciso investir em computadores, já que a Prefeitura gasta muito com locação de máquinas tanto para a administração como para o Depto. de Educação. Há inclusive linhas de financiamento federal para viabilizar estas aquisições.
E por fim, deve-se adotar todas as medidas de segurança da área digital. O “hacker” que contornou as barreiras e manipulou a página oficial só foi bem sucedido porque além de mal construída, ela tem brechas eletrônicas, quem sabe, herdadas da administração passada, que não ficou conhecida pela competência administrativa. Inclusive, nos últimos meses, a Prefeitura tinha precário acesso a internet, simplesmente porque não pagaram as contas.
Publicado na edição n° 9494, dos dias 5, 6 e 7 de janeiro de 2013.