O que a população espera é não ver a repetição da demora no julgamento como foi o Caso Collor.
Em 5 de maio, completaram-se quatro anos da maior ação conjunta entre Polícia Civil e Ministério Público, da investigação sobre suspeita de corrupção na Prefeitura de Bebedouro, chamada Operação Cartas Marcadas.
Nunca em todos os 130 anos da história de emancipação do município, houveram tantas pessoas detidas, investigadas, documentos apreendidos, para verificar suposto esquema de fraudes em licitações públicas.
Para o governo do ex-prefeito João Batista Bianchini (PTB), o Italiano, o acontecimento foi decisivo para seu futuro político, resolvido em outubro de 2012, com sua não reeleição.
Podemos dizer que o julgamento político de Italiano foi feito pela maior parte interessada, a população. Apesar de duas tentativas de abertura de CPI na Câmara de Vereadores, frustradas pela bancada governista da época, o eleitorado deu sua opinião na urna sobre seus quatro anos de mandato.
O que se espera é que o Poder Judiciário faça sua parte o mais breve possível, com ampla chance de defesa para o ex-prefeito, para que não paire dúvidas sobre a lisura do processo com margens a discursos descabidos, como o repetido pelos petistas à exaustão, quando colocam em dúvida o Processo do Mensalão. Tolice, todos os condenados tiveram advogados que trabalharam livremente.
O julgamento da Operação Cartas Marcadas deve ser acompanhado por toda a comunidade porque poderá condenar envolvidos no suposto esquema de fraude, ou inocentá-los.
Porém, rezemos para que a tramitação não seja tão demorada, a tempo de prescrever se tiver havido crime, como aconteceu com Fernando Collor, julgado mais de 22 anos depois dos fatos.
Publicado na edição nº 9691, do dia 10 º 11 e 12 de maio de 2014.
Quem viver verá.