Saúde não é só hospital e remédios

0
354

As principais causas de mortes em Bebedouro servem como alerta para que pensemos mais em prevenção.

Para morrer basta estar vivo. Por mais óbvia que a frase seja é adequada para refletirmos sobre a reportagem das principais causas de óbitos entre os residentes em Bebedouro. A princípio, todos poderiam imaginar que o câncer estaria em primeiro lugar, mas outra doença, crônica, o diabetes, que pode ser controlada com tratamento, é o principal motivo dos falecimentos.
Seguem juntos nesta triste estatística, as doenças pulmonares – resultantes de endemias infectocontagiosas – e as doenças cardíacas. Todas poderiam ser administradas através de comportamento mais adequado em relação ao cotidiano e à alimentação.
Porém, infelizmente, persiste a cultura do vício por remédios. Há a falsa ilusão de que existe remédio para tudo. Mas nem com o medicamento em mãos, as pessoas seguem a receita. Abandonam os tratamentos no primeiro arrefecimento dos sintomas.
Um dos caminhos seria a mudança de postura desde a infância. Nas escolas, todos serem educados a adotar atividade física, não por obrigação, mas por costume e prazer. No entanto, o que se vê nas academias, são atletas receitados. Pessoas que treinam pós surgimento de problemas de saúde. Fazem exercícios porque os médicos sentenciam sob risco dos desobedientes terminarem por morrer antes da hora.
Parece um paradoxo que o esporte mais apaixonante do Brasil provoque também péssimos hábitos. O constante consumo de bebidas alcoólicas, alimentação à base de muito sódio, como os salgadinhos industrializados, cachorros quentes, petiscos e pipocas. A cada jogo protagonizado por atletas magros, os torcedores arredondam.
Campanhas de prevenção serão adotadas pelo Depto. Municipal de Saúde. Agentes comunitários percorrerão lares, mas com certeza serão taxados de inconvenientes. O brasileiro tem a estranha mania de reclamar de doenças, aceitar palpites dos vizinhos sobre remédios, mas só vai ao médico quando os sintomas já são graves. E nestas horas, o profissional de saúde muitas vezes só tem a chance de pedir para os parentes rezarem. Só Deus cura tanto descaso com o próprio corpo.

Publicado na edição nº 9585, dos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2013.