Sociedade debate pouco a Educação

0
369

Meios de comunicação, pais, alunos e empresários deveriam dedicar mais tempo à reflexão do ensino.

Virou chavão dizer que a Coreia do Sul tornou-se grande potência econômica, graças aos investimentos pesados em Educação. Mas no Brasil, a reflexão do tema não tem a duração da leitura deste parágrafo. Exceto os professores e gestores públicos, praticamente ninguém dedica seu tempo para refletir sobre os rumos do ensino e o que pode ser feito para aprimorá-lo.
Durante abertura do Fórum Regional de Educação, o jornalista Gilberto Dimenstein disse que o ensino é algo muito importante para ficar apenas nas mãos dos gestores. Infelizmente, os canais de participação, conselhos municipais de educação, associações de pais e mestres, foram relegados ao canto, e são integrados por poucos engajados. Mesmo assim, nas reuniões há pouca análise sobre o conteúdo pedagógico ministrado nas salas de aula.
Com a criação do profissional graduado em Educação, o pedagogo, parece que a sociedade resolveu se ver livre da participação. Alunos são deixados pelos pais nas portas da escolas, sejam particulares ou públicas, e depois, os filhos são recolhidos, sem nem entrar na porta dos estabelecimentos.
Como disse o palestrante, educar é iluminar. Como burocratizamos praticamente tudo na estrutura, a educação tornou-se função do estado, mas a família e a sociedade são peças fundamentais para seu pleno funcionamento.
Pais devem entrar nas escolas não só para reclamar, mas para conhecer o que é ensinar e até ter espaço para opinar. As empresas deveriam destinar parte de seus impostos de renda para projetos educacionais, inclusive porque podem conseguir abatimento.
Tão importante quanto investir financeiramente na estrutura física de novas escolas e creches é vital gastar tempo para verificar se o conteúdo é adequado. Senão, em breve, teremos uma multidão escolarizada, sem conhecimento e capacidade de utilizar o que aprendeu. O filosofo grego Sêneca dizia que a educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida. Como a frase tem mais de dois mil anos, parece que foi esquecida por todos nós.

Publicado na edição nº 9612, dos dias 19, 20 e 21 de outubro de 2013.