Julio Cesar Sampaio
“… Homo hominis lupus – O homem é o lobo do homem” – (T. Hobbes).
No nosso tempo vigente, ascende um “crescimento fortuito” de uma eloquente e infundada aventura (se é que podemos aferir, assim, tal conceito) de “pseudoheróis”, incosequentes e desequilibrados “patologicamente”, tristemente explicado pela “falência”, paulatina, da sociedade civil familiar e pelo descrédito do cidadão comum na lei, através de adolescentes impugnados de ordem social e civilidade, engendrando, por conseguinte, um comportamento que causa dano à outra pessoa, numa negação interpessoal da autonomia pela sociabilidade, integridade física ou psicológica de outrem, fomentando àquele, o uso excessivo de força – Ultraviolência -, que nos faz refletir aqui, de forma aterrorizada, e de sobremaneira, pela busca de explicações, infelizmente inverossímeis (ainda), pelos órgãos competentes.
Destarte, observamos em nosso cotidiano social (sem generalizações, obviamente), uma violência caracterizada pela ação baseada na irabilidade social juvenil sem motivo algum, simplesmente uma agressão casual, negando a existência de patrícios ou mesmo, “supostos” seres humanos em verossimilhança! Triste, muito triste.
Lançamos aqui, nesta crônica (de forma melancólica, porém com pertinência), um aforismo reflexivo de G.K.Chesterton: “Estamos todos num mesmo barco, em mar tempestuoso, e devemos uns aos outros uma terrível lealdade”…
Partindo do pressuposto que o conceito (ainda que, de forma elementar de nossa parte, pelos apontamentos) – ideologia, como “sentido” contextual de persuasão, que, às vezes, age através do convencimento pelo senso comum, quando necessário, podemos salientar que, torna-se pertinente lançarmos aqui, a ideologia do “ex Beatle” – John Lennon (um homem marcado, “de berço”, pela guerra), como força motriz idealística. Todavia, ele, acima de tudo, foi um defensor da paz, sempre pelas suas canções idealísticas.
Não obstante, quando fora criticado por uma de suas ideologias (ação social), respondeu: “Fico orgulhoso de ser o palhaço do ano neste mundo em que as pessoas ditas sérias estão matando e destruindo nas guerras como a do Vietnã” – bed peace! (“Na cama pela paz”), isto é, em sua irreverente lua-de-mel, a imprensa teceu sérias críticas destrutivas pelo “Happening” engendrado por ele em Toronto, onde ficou o mesmo e sua esposa Yoko Ono, dez dias na cama em protesto pela paz – sua “ideologia humanística”, onde, ele firme e convicto de si, ali na cama em protesto, ficara.
Destarte, corroboramos peremptoriamente: “O mundo” pede socorro, ou melhor, nós pedimos socorro pelo mundo! Como cantou o mesmo, em 1968: “(…) Você diz que você mudará a constituição. Bem, você sabe… Todos nós queremos mudar a sua cabeça. Você me diz que isso é a instituição, Bem, você sabe… É melhor você libertar sua mente. Mas, se você vai andar com fotos do camarada Mal, também não vai convencer a ninguém. Não sabe que vai acabar tudo bem? (Revolution)”. Faz-se necessário acrescentar algo mais?…
Ideologia da paz, já!
(Colaboração de Julio Cesar Sampaio, Licenciado em Filosofia com pós-graduação no ensino de filosofia)