Uma cidade começa na sala de aula

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Perfil educacional de Bebedouro mostra que precisamos investir nesta área. 

Décadas de 70 e 80, o perfil da população de Bebedouro era composto de muitas pessoas com escolaridade que não ultrapassava o ensino fundamental, com poucos habitantes com grau de ensino superior.
Nos dias atuais, felizmente, os dados do IBGE apontam para o aumento gradual da formação dos bebedourenses, com número considerável de graduados, pós-graduados, doutores e mestres, apesar de ter mais homens do que mulheres, nos últimos degraus da educação.
Há 40 anos, a formação de nossa população, dentro dos limites do município, restringia-se à antiga Faculdade de Filosofia e Letras de Bebedouro. Desta base, ergueu-se majestosamente, a estrutura do Centro Universitário Unifafibe, com milhares de estudantes.
Também tivemos a sorte do investimento público dar origem ao Instituto Municipal de Ensino Superior – Victório Cardasssi, conceituada instituição de ensino superior, respeitada inclusive regionalmente.
A partir do 2º semestre do ano, estará em funcionamento dois cursos da Fatec, faculdade de tecnologia estadual, com fama de formar mão-de-obra muito procurada pelo mercado de trabalho. Tanto é que, antes de completar os cursos, os estudantes são disputados em estágios, depois facilmente revertidos em empregos fixos.
Com a boa oferta de ensino técnico pela Etec, tecnologia pela Fatec, bolsas de estudo como Prouni e outros, não será difícil atingirmos em Bebedouro, o grau de instrução médio de moradores de países de 1º mundo.
Porém, na comparação do ocorrido em Bebedouro, nas últimas décadas, e municípios maiores como Barretos, Ribeirão Preto, Araraquara e São Carlos, ainda estamos em desvantagem.
Precisamos investir mais ainda em educação, porque isto sempre se reverte em atração de investimentos e geração de empregos. Basta olhar para Araraquara, uma das cidades no interior que mais recebem novas empresas.
Um dos caminhos, pode ser, a rede municipal de ensino disponibilizando mais aulas de inglês e talvez um terceiro idioma, espanhol ou francês, para as crianças. A fluência em outros idiomas torna a cidade mais atraente para investidores estrangeiros, como sonhava o saudoso urbanista, João Valente, uma das pessoas que mais amavam esta cidade e sua população.
Mas educação não se obtém apenas com o ministrado em salas de aula. O investimento em cultura também influencia em muito estes índices. Por isto, seria interessante que os promotores de eventos de Bebedouro saíssem do cômodo papel de trazer apenas shows da moda, de pagodeiros a sertanejos, apenas pensando em faturamento. Se eles tiverem coragem, vão se surpreender com a procura por ingressos para ver artistas da MPB, que andam fazendo shows pelo Brasil afora, sempre para casas cheias.
Esta obrigação também cabe à Coordenadoria Municipal de Cultura que precisa incrementar sua parceria com o Sesc, com a Secretaria Estadual de Cultura e Ministério da Cultura, para trazer shows, realizar eventos e oficinas culturais para Bebedouro.
Investir em Educação e Cultura não dá votos, mas a obrigação dos gestores públicos precisa ir além do desejo de manter-se no poder. Seu verdadeiro legado é descobrir anos depois, o quanto mudou positivamente uma cidade e seu povo.

Publicado na edição nº 9653, dos dias 1º, 2 e 3 de fevereiro de 2014.

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