
Antonio Carlos Álvares da Silva
O governos Dilma nomeou Joaquim Levy, ministro da Fazenda, esperando a aprovação do mercado, já que ele falou em cortar gastos públicos. Mas, ele não conseguiu enfrentar os ditos aliados da Câmara, partidários da gastança geral. Teve de retroceder e negociar o mínimo. Então, Dilma usou do velho expediente de criar mais impostos. Desta vez, tentou ressuscitar a CPMF (imposto do cheque) que tributa qualquer movimentação financeira, que fora extinta em 2007. A alíquota proposta foi a mesma do imposto anterior: 0,38%. Só que, desta vez, para dourar um pouco esse imposto amargo, Dilma propôs dividir uma parte dele com estados e municípios. Todavia, para não desanimar governadores e prefeitos não divulgou na mídia a forma dessa divisão. Isso, porque a proposta de lei dividia os 0,38% da seguinte maneira: Governo Federal 0,35%; Estados 0,002%; Municípios, 0,001%. Então, sobre o total de arrecadação previsto: R$ 70 bilhões, os municípios ficariam apenas com R$ 7 milhões. Como existem quase 6 mil municípios no Brasil, cada um receberia apenas R$ 1.167,00 por ano. Isso, se os grandes municípios não ficassem com uma parte maior. Nem Tio Patinhas teria coragem de propor divisão semelhante. Diante desse absurdo, a proposta não merecia outro caminho senão a lata de lixo. Mas, cuidado, Dilma sabe mexer nessa lata!
Não é boa, mas é uma explicação
Alguns leitores me questionam: Os Petistas antes de assumirem o poder se apresentavam como o partido defensor da ética e da honestidade. Depois que ganharam, mudaram. O episódio do “mensalão” no governo Lula e os escândalo de corrupção na Petrobrás, mostraram, que eles passaram a achar natural ocuparem todos os cargos no governo e ainda serem custeados com o dinheiro público advindo da corrupção em órgãos públicos como os do Banco do Brasil, da Eletrobrás e Petrobras. Diante desse quadro, os leitores perguntam: Como é possível, os Petistas deixarem toda a população ficar sabendo, que eles vivem das benesses dessa corrupção?
Como explicou José Arthur Giannotti em artigo no Estadão (19-08-15, A-2) o PT aproveitou, o que o lenismo russo tinha de pior. Lenin defendia a tese, que a conquista do poder deve ser única e indivisível, para o partido socialista. Ele deve ser estruturado na formação dos Sovietes, grupos de soldados, operários e camponeses. Esses grupos deteriam todo o poder do estado, com exclusão total de todo restante da população. Dessa maneira os Sovietes usariam todos os recursos públicos da forma, que julgassem mais conveniente, sem nenhuma restrição de ordem ética. O PT simplificou a organização dos Sovietes, permitindo, que os petistas, individualmente, na máquina pública, usassem todos os meios, para assegurarem o poder. Entre esses meios eles incluiriam uma desenfreada corrupção. Inicialmente para fazerem alianças no parlamento. Depois, para tudo que quisessem. E, como ninguém é de ferro, se o dinheiro da corrupção pode ser usado no jogo político, também pode para fazerem sua “boquinha” particular. Que o diga, as consultorias do Zé Dirceu, que conseguiram R$ 13 milhões. Ou será, que foram R$ 30
milhões?
(Colaboração de Antônio Carlos Alvares da Silva, advogado bebedourense).
Publicado na edição nº 9887, dos dias de 5 a 9 de setembro de 2015.