No artigo de comemoração do nosso 13º ano publicado na edição passada mencionamos que um dos grandes destaques da tecnologia para 2015 seria a disseminação da Internet das coisas. O conceito trata da conexão de diversos aparatos tecnológicos como o carro, eletrodomésticos, sensores de casas e celulares, entre outros, na formação de uma rede inteligente para a troca de informações.
O apelo para a existência dessa multiconexão tem relação direta com o bem estar das pessoas. Assim, um veículo que leva o seu dono para casa, poderia avisá-la com antecedência para iniciar o aquecimento ou resfriamento do ambiente de acordo com a “vontade pré-definida” do dono. Analogamente, uma geladeira poderia realizar um pedido de compras a um supermercado conectado à rede desse cliente, no sentido de reabastecê-la adequadamente. Ou ainda, o computador pessoal poderia pagar uma conta eletronicamente no banco antes do vencimento. Tudo isso sem a intervenção humana.
Pode ser que a Internet das coisas não seja realidade em sua plenitude até o final de 2015, mas isso vai acontecer inexoravelmente em poucos anos. Lembremo-nos de que o celular no início desse século era um mero telefone que mal fazia ligações.
Aguçando os sentidos
Hoje faz sentido utilizarmos o termo “usar” quando nos referimos à tecnologia. Mas não vai demorar muito para começarmos a variar os verbetes empregados, como “vestir” e “sentir”. Em inglês, o termo adotado que resume o assunto da tecnologia vestível é wearable.
Recentemente a Intel, maior fabricante de microprocessadores do mundo, anunciou a nova geração de chips construídos para os computadores vestíveis, como relógios, óculos, pulseiras e até roupas. Aproveitando a onda, estudantes do MIT (Massachusetts Institute of Technology) têm trabalhado em um projeto denominado “Sensory Fiction” que consiste na criação de um livro que provoca sensações físicas baseadas na história contata por ele. Isso é feito através de um colete que o leitor veste, e conforme vai lendo, sente nuances de iluminação, mudanças de temperatura, vibrações e compressões.
A área da saúde também tem sido foco de pesquisas e inovações. Os aparatos para as orelhas se destacam na medição da pressão sanguínea, nível de respiração e nível de saturação do oxigênio. Já os destinados ao pulso, como os relógios, vão rastrear o nível de hidratação, as substâncias metabólicas no suor e os batimentos cardíacos (prevendo infartos). Existem também as pulseiras para as pernas de bebês que monitoram sinais de anormalidades no organismo e informam os pais em tempo real via celular.
Mercado florescente
De grandes empresas como Google e Apple a startups como a canadense Bionym, empresas do mundo todo estão investindo pesado na confecção de artefatos tecnológicos vestíveis e aplicativos que dão vida a eles.
Por exemplo, Facebook, Twitter, Pinterest e Yahoo estão desenvolvendo aplicativos para o Apple Watch, o relógio inteligente da Apple que chega ao mercado brasileiro neste ano. A chinesa Baidu apresentou recentemente a sua versão de óculos inteligente, o Baidu Eye, pretenso concorrente do Google Glass. A gigante sul-coreana Samsung, que já apresentou o seu relógio inteligente para o mercado, tem incrementado os seus celulares com funcionalidades não convencionais, como a detecção dos batimentos cardíacos de seu usuário.
Mas, talvez a maior evidência da força desse mercado de vestíveis se dê pelo exemplo da Amazon, que no início de 2014 lançou uma loja virtual dedicada exclusivamente para os dispositivos wearables.
Certamente em 2015 vários outros grandes magazines farão o mesmo, afinal, são quase 7 bilhões de celulares ativos no mundo. Em outras palavras, são quase 7 bilhões de possíveis compradores dessa nova tecnologia de se vestir e se sentir.