O poder restaurador do sono é um dos pilares fundamentais para a manutenção da nossa saúde física e mental. No entanto, em um mundo que valoriza a produtividade incessante e o ritmo acelerado, o sono muitas vezes é relegado a segundo plano. Mas será que entendemos realmente o impacto desse descuido?
Estudos mostram que a qualidade do nosso sono pode ser tão determinante para a longevidade quanto a alimentação e a prática de exercícios. A privação do sono não apenas compromete nosso desempenho diário, mas também pode ser fator crucial para o desenvolvimento de doenças crônicas, problemas cognitivos e até mesmo transtornos de humor. Neste artigo, vamos explorar o papel vital do sono na saúde, desvendando como ele influencia nossa capacidade de viver bem e por mais tempo.
Influenciando praticamente todos os sistemas do corpo humano, aqui estão algumas das maneiras pelas quais o sono afeta a saúde.
Pressão arterial e risco cardiovascular: A privação do sono está associada ao aumento da pressão arterial e ao risco elevado de doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrames. Durante o sono a pressão arterial tende a diminuir, dando ao coração e aos vasos sanguíneos a oportunidade de descansar e se recuperar.
Imunidade e a defesa contra infecções: O sono adequado fortalece o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções. A privação do sono pode reduzir a eficácia das respostas imunológicas, tornando o corpo mais suscetível a infecções e retardando a recuperação.
Humor e estabilidade emocional: O sono afeta diretamente o equilíbrio emocional e a saúde mental. A falta de sono pode levar à irritabilidade, ansiedade, depressão e até à psicose, em casos extremos.
Capacidade cognitiva: Memória, aprendizado, atenção e tomada de decisões são altamente dependentes de um sono de boa qualidade. Durante o sono, o cérebro processa e consolida informações, o que é crucial para a memória de longo prazo.
Metabolismo e peso corporal: A falta de sono pode desregular os hormônios que controlam a fome (leptina e grelina), levando ao aumento do apetite e do peso corporal. Também está associado ao risco aumentado de diabetes tipo 2 devido a resistência à insulina.
Saúde endócrina e hormônios: O sono regula a liberação de vários hormônios importantes, incluindo o hormônio do crescimento (essencial para o crescimento e reparo celular) e o cortisol (o hormônio do estresse). A privação do sono pode desregular esses hormônios, causando impactos negativos na saúde geral.
Cicatrização e crescimento celular: O sono é fundamental para a regeneração celular e a recuperação do corpo após o estresse físico e mental. Durante o sono, o corpo repara tecidos e músculos, e o cérebro elimina toxinas acumuladas durante o dia.
Qualidade de vida e longevidade: O sono insuficiente crônico está associado a uma vida mais curta e a um maior risco de morte por diversas causas. A qualidade do sono é tão importante quanto a garantia da longevidade e da qualidade de vida.
Impacto do sono em pacientes crônicos e a gestão de doenças crônicas: Para pacientes que fazem uso contínuo de medicamentos, como os com hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares, o sono é fundamental. Certos medicamentos podem interferir na qualidade do sono, e a má qualidade do sono pode, por sua vez, agravar as condições crônicas.
Por último e tão importante: Ronco! Falar sobre o sono sem mencionar o ronco (especialmente quando associado à apneia obstrutiva do sono) é impossível, considerando que 90% das pessoas que roncam não têm diagnósticos ou tratamentos adequados, o que resulta em pacientes crônicos sem melhora e em risco aumentado de desenvolver mais doenças. Portanto, o ronco é um sério problema de saúde negligenciado!
Agora me conta como é seu sono? Você realmente dá importância para um sono de qualidade? Será que sua insônia depende apenas de indutor do sono?
Estou à disposição para lhe ajudar.
Saúde, saúde, saúde!
(Colaboração de Dr. Luiz Antônio da Assunção, farmacêutico clínico, CRF 23.110 SP, Pós-graduado em acompanhamento farmacoterapêutico; e em gastroenterologia funcional e nutrigenômica).
Publicado na edição 10.867, de sábado a terça-feira, 24 a 27 de agosto de 2024 – Ano 100