Embora diversas versões e aspectos sobre a história bebedourense tenham sido escritas e publicadas na imprensa local desde o início do século passado, foi somente a partir da década de 1940 que pesquisas realizadas por jornalistas, professores e memorialistas possibilitaram a publicação de obras que se tornaram referências aos acadêmicos e cidadãos em geral. Assim sendo, são apresentados a seguir os principais autores e suas respectivas obras.
Eugênio de Oliveira e Silva (1898-1976)
Embora não fosse natural de Bebedouro, viveu na cidade por pouco mais de 30 anos, onde ocupou o cargo de Secretário da Superintendência da Cia. Ferroviária São Paulo – Goiás, tendo atuado também como jornalista, orador e líder municipalista.
Como jornalista fundou o órgão ferroviário “O São Paulo – Goiás” e foi redator dos periódicos “O Bebedourense” e “O Nosso Jornal”. Na década de 1940 foi designado pelo prefeito Quito Stamato para desenvolver uma pesquisa acerca da data da fundação da cidade, o que resultou na redação do “Ensaio Histórico de Bebedouro”, no qual incluiu dados sobre as origens e o desenvolvimento do munícipio nas primeiras décadas.
O referido ensaio foi inserido na publicação “Bebedouro, em Revista”, de 1949, cuja edição foi de sua responsabilidade, tendo se tornado uma das principais referências sobre a história do município, pois apresenta um amplo panorama de informações, incluindo aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais, distribuídos por quase duas centenas de páginas, além de muitos anúncios comerciais e fotografias.
Arnaldo Benedito Christianini (1915-1984)
Uma das principais referências sobre a história do município, Christianini, nasceu em Bariri e mudou-se para Bebedouro cerca de cinco meses depois, onde viveu até fins de 1943. A formação escolar incluiu várias escolas, incluindo o Grupo Escolar e Academia Comercial, onde se formou técnico de contabilidade.
Foi contador, escritor, pesquisador, jornalista, poeta, músico, professor, teólogo e tradutor. Foi titular da Academia Maçônica de Letras e entre 1947 e 1949 lecionou na Escola Técnica e Ginásio de Pirajuí. Como redator da Casa Publicadora Brasileira, encarregou-se de algumas revistas e pela tradução de livros.
Sobre a história de Bebedouro, Christianini realizou inúmeros estudos, utilizando uma ampla bibliografia de obras clássicas sobre a formação territorial, política e econômica do interior paulista; alguns registros sobre a história local, além de contar com a colaboração de vários cidadãos bebedourenses que disponibilizaram suas memórias. Analisou ainda diversas fontes primárias, por meio de visitas e pesquisas em vários centros de documentação da capital paulista.
Publicou diversas séries de crônicas, cronologias, biografias e estudos sobre as origens e primeiras décadas do município, as quais foram inseridas em diversas edições do jornal “Voz de Bebedouro” e, posteriormente, na “Gazeta de Bebedouro”.
Manoel Izidoro Filho (1919-2013)
Nascido no município de Igarapava, mudou-se para Bebedouro no ano de 1943 para trabalhar na extinta Academia de Comércio, onde foi professor e secretário. Posteriormente exerceu cargos de docente e gestor em diversas escolas públicas e privadas. Escreveu e publicou diversos artigos, crônicas, poesias e ensaios na imprensa local, mas se notabilizou principalmente por meio das pesquisas que desenvolveu acerca da história e memória de Bebedouro e que resultaram na publicação de diversos livros.
Na obra, “Reminiscências de Bebedouro” (1991), abordou as origens da cidade, além das transformações ocorridas nas primeiras décadas e os principais acontecimentos até o ano de 1952. Em “Gente que faz História” (1996), foram registrados os fatos mais importantes ocorridos a partir de 1953, estendendo-se até o ano de 1993, além de biografias de personagens que contribuíram com o desenvolvimento da cidade.
O professor Izidoro publicou ainda outras duas obras em que incluiu fragmentos sobre a história da localidade: “Tabaréu” (2004) e “O Tropeiro” (2008), livros em que também reuniu outros tipos de produção textual de sua autoria. Publicou ainda as seguintes obras literárias: “Retalhos de Uma Vida” (1986), “Juntando as Letras Formando Um Pensamento” (1989) e “Zico, o Menino da Roça” (1997).
(Colaboração de José Pedro Toniosso, professor e historiador bebedourense www.bebedourohistoriaememoria.com.br).
Publicado na edição 10.867, de sábado a terça-feira, 24 a 27 de agosto de 2024 – Ano 100