O assassinato do policial faz Bebedouro atingir em seis meses, toda taxa de homicídio do ano passado.
Quem for mais velho que me corrija, mas não me recordo se antes um policial foi executado a tiros em Bebedouro. Amauri dos Reis, o simplesmente cabo Reis, era um policial firme, com ficha limpa.
Sempre foi implacável na aplicação da lei, porém, nunca usou da força bruta para impor as regras. Não tem histórico de espancamento ou denúncias de maus tratos. Até onde eu sei. Não há pistas sobre as razões deste assassinato que mexeu com toda a Polícia Militar da região de Ribeirão Preto.
Independente das razões, os números da Secretaria de Segurança Pública para Bebedouro são preocupantes. Não vale mais o argumento de que na comparação com municípios do mesmo porte, a coisa não está feia.
Mesmo que seja apenas um assassinato, causa uma enorme sensação de insegurança em todos. No ano passado foram três homicídios. Este ano, até junho, estavam registrados dois assassinatos. Com a morte do policial, atingimos em meio ano, toda taxa de homicídio de 2011. E de janeiro a junho foram seis as tentativas de assassinato.
Este discurso besta de trocar o comandante geral da Polícia Militar não resolve. Também não trás solução dizer que é culpa do governador. O alvo são os criminosos e vai ser necessário uma resposta rápida e firme para corrigir os índices.
A empresária Patrícia Matarazzo entregou ao governador, abaixo-assassinado para reivindicar mais segurança, embora não tenha tido apoio da classe politica. Quem sabe agora, em plena campanha eleitoral que todos se mexam.
Ou será que vai ser necessário uma casa de político ser arrombada, um filho deles ser assaltado ou alguém da família deles ser alvejada para entenderem que eles têm de se envolver e pressionar o Governo de SP a aumentar o efetivo. Mataram um policial militar, agora a vítima pode ser cada um de nós.
Descanse em paz, cabo Reis.
(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).
Publicado na edição n° 9434, dos dias 7 e 8 de agosto de 2012.
