
Na coluna da semana passada, portanto há sete dias, escrevi aqui nesse espaço, com convicção, que o Cruzeiro não iria deixar escapar o título de campeão brasileiro, ainda mais com o bom futebol apresentado. Agora, depois de duas rodadas do torneio, a situação não parece tão definida assim.
Ainda acredito no título celeste, mas não será com tanta tranquilidade como se imaginava. Em duas partidas o Cruzeiro deixou escapar seis pontos, e só não viu os principais concorrentes aproximarem-se de vez por conta das oscilações também dos adversários.
Com exceção do Palmeiras, que heroicamente venceu o Grêmio na última rodada, São Paulo, Corinthians e Santos não conseguiram vencer seus jogos, e os dois primeiros perderam a chance de se aproximarem dos líderes. Fora isso, depois da goleada sofrida para o Chapecoense no meio da semana, o Internacional subiu para a vice liderança com a vitória em cima do Fluminense por 2×1 no último domingo (12).
Ou seja, o campeonato embolou de novo, tanto na parte de cima quanto na parte de baixo da tabela. Como mencionado, com a vitória do Palmeiras sobre os gremistas, o Verde subiu para a 12ª colocação, com valiosíssimos 34 pontos, e aposto que, além de não cair, o Palmeiras ainda vai brigar para garantir sua presença na Taça Sul Americana no ano que vem.
Esse campeonato está muito maluco. Talvez seja a edição em que os times, tanto da parte de cima mas também os da parte de baixo, mais oscilam. Quando pensamos que está tudo acabado, com o campeão definido, vem a zebra. Quando achamos que o vice líder vai aproveitar-se do tropeço do líder, o vice também tropeça. Quando pensamos que esse ou aquele clube já caiu, vem a redenção. De fato este campeonato está completamente bizarrro.
Fora a parte de indefinições e oscilações das equipes, o nível técnico também está deixando muito a desejar. Podemos listar alguns poucos jogos em que os times realmente apresentaram um futebol digno do país penta campeão mundial, mas a maior parte dos jogos tem sido ruim, com nível baixo, e na minha opinião isso é o reflexo da atual situação do futebol nacional como um todo, que não consegue segurar seus principais jogadores, e tem que se contentar com veteranos que voltam para encerrar suas carreiras aqui, chamando-os de ídolos.
Claro que não podemos desprezar a volta desses veteranos, são jogadores experientes e que qualquer equipe do país gostaria, como é o caso de Robinho, Kaká, Alex e até pouco tempo Ronaldinho Gaúcho. Mas contentar-se somente com eles, não dá!
Publicado na edição nº 9758, dos dias 14 e 15 de outubro de 2014.