
Sínodo deve decidir pela permissão do sacramento da comunhão, mas divórcio ainda é polêmica.
Bispos estão reunidos no Vaticano para discutir o novo modelo da família católica. A reunião foi convocada pelo Papa Francisco, com objetivo de repensar o acolhimento da Igreja Católica nas situações familiares difíceis.
Em especial, chama atenção para nossa sociedade, como lidar com os divorciados. Por sacramento, o casamento religioso é indissolúvel. Quem está separado ou divorciado, pode participar dos sacramentos, como comunhão e confissão, apenas se não se casar novamente.
O máximo que o divorciado consegue é provar que o casamento não existiu de fato, portanto a cerimônia estaria nula, para voltar a ser aceito inteiramente pela Igreja. Há várias razões analisadas no Tribunal Eclesiástico.
Na visão do Papa Francisco deve se preservar o casamento religioso, mas sem discriminar quem não teve condições de manter o matrimônio.
O que a Igreja Católica quer de forma cautelosa é abrir as portas aos casais de segunda união, sem banalizar a importância do casamento. Antes de subir ao altar, os noivos são obrigados a participar de cursos preparatórios, mas isto tornou-se pouco para forçar os dois refletirem se estão em condições de manter a vida a dois.
Casamento é bonito e romântico, mas também é quando o cotidiano deixa os noivos nús, sem os disfarces do namoro. Portanto, o desafio não é só acolher divorciados, mas lutar para que os casamentos sejam mais duradouros.
O Sínodo termina na próxima segunda-feira, 19 de outubro. Até lá, bispos discutem sobre o novo modelo da família e nós, sociedade, devemos orar e refletir como ensinar os jovens casais a diferença entre paixão e amor. Talvez, aí esteja o resumo do problema.
Publicado na edição nº 9758, dos dias 14 e 15 de outubro de 2014.