Homem simples tem mais a ensinar sobre economia do que os políticos e seus teóricos.
Bem conhecido e respeitado no Jardim Claudia I, reside o senhor Manoel Lopes. Ex-funcionário da Habastos, atualmente aposentado, ele é pai de cinco filhos, criados de forma honesta.
Migrante baiano, faz parte da leva de famílias de trabalhadores rurais que vieram para trabalhar nas lavouras de café, na primeira metade do século.
São fortes em sua memória, o esforço da mãe, para sustentar os filhos, às vezes, puramente com mandioca, reforçada, frita, salgada e até com doce.
Quando adulto, trabalhou em várias empresas até na extinta Sânderson, indústria de suco que deu origem à Frutesp. Aposentou-se após trabalhar por anos para o ex-prefeito Hélio de Almeida Bastos.
Seu conselho primordial para tempos difíceis é: pague todas as contas da casa. Com o que sobra, compre os alimentos. Se orgulha de nunca ter devido um centavo para quem quer que seja. Nunca atrasou uma prestação sequer de seus compromissos, principalmente de sua casa própria. Vida sem luxo, mas honesta.
Basicamente, o que ensina “seu” Manoel é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que deveria ser cumprida à risca pelos governantes. Não gastar mais do que tem e não prometer o que não pode cumprir.
O que se assiste nas propagandas políticas é o inverso. Gente prometendo o Reino de Deus na terra, sem explicar de onde irão tirar tanto dinheiro. Esta é a explicação da aversão da população à essa campanha eleitoral.
As pessoas comuns, como “seu” Mané, que tiveram e têm de trabalhar duro para sobreviver, vão às urnas muito desconfiados. E os candidatos ainda não perceberam este sentimento porque ainda não foi captado nas pesquisas. Mesmo porque, gente como “seu” Mané, não são alvos das pesquisas. Mesmo porque ele não tem paciência para responder as perguntas. Estão ainda muito ocupados, trabalhando.
Publicado na edição nº 9746, dos dias 16 e 17 de setembro de 2014.
