Nisso Dilma não mexe de jeito nenhum

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Antonio Carlos Álvares da Silva

O assunto político em evidência, há mais de um mês chama-se ajuste fiscal. Esse foi o nome dado pelo novo Ministro da Fazenda ao conjunto de medidas propostas para reduzir o gasto público e tentar diminuir o rombo no orçamento e na dívida do governo federal. Essa está na casa dos trilhões de reais e alcança 70% do PIB. Anunciado o ajuste, os sindicatos atrelados ao PT imediatamente se mostraram contra. (Um parêntesis: O governo do PT trincou a Petrobrás com a corrupção e o sindicato de seus empregados não deu um pio!). Voltando ao ajuste: Sem apoio da base, o ministro reduziu sua pretensão e passou a apoiar o ajuste através do aumento de diversos impostos e a volta da CPMF. Nem assim o ministro está conseguindo o apoio do PT e dos sindicatos. Para completar, a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, publicou um raivoso manifesto, contra a diminuição do gasto público. O estranho da gritaria do PT e seus acólitos contra o ajuste é que ele não ataca o núcleo da gastança do governo federal, que levou o Brasil a esse situação préfalimentar.
Para mostrar isso não vou enumerar todo o gasto exorbitante. Não caberia no artigo. Vou apresentar apenas uma de suas facetas dessa gastança: Os Petistas sempre foram contra a privatização iniciada pelo governo FHC. Mas a maioria das empresas continua sob o controle público. Dentre elas, 19 são inteiramente dependentes do Tesouro Nacional. Segundo o jornal O Globo, elas estão cada vez mais deficitárias. Em 2009, o resultado total dessas empresas foi um prejuízo de 179 milhões de reais. Em 2013, esse prejuízo aumentou para 1,8 bilhão de reais – dez vezes mais -. Em 2009, essas empresas tinham 36 mil funcionários. Em 2013, esse número aumentou para quase 48 mil funcionários. O pior: o número de funcionários aumentou 30%, mas, a folha de pagamento cresceu 108%. De 3,5 bilhões, para 7,3 bilhões de reais. Tem mais, em 2014, o Tesouro aplicou 15 bilhões de reais para o funcionamento dessas empresas, mas, apenas 28% foram gastos em investimentos; Os restantes 72% foram mal gastos (Estadão, 28-9-15 A-3).
O combatido ajuste fiscal nem toca em corrigir essa esbórnia financeira. Como disse acima, essa é apenas uma das facetas da administração do PT. Existem outras alcançando todas as áreas do funcionalismo público, que não se cansa de pedir aumentos e vantagens adicionais. A mais comentada: O poder judiciário pleiteia um aumento de 75% para todos seus funcionários. O veto a essa proposta está sendo discutido, enquanto escrevo esse artigo. Além disso, apesar de os ministros do STF ganharem quase 40 mil reais por mês, com as vantagens adicionais, agora os procurados pleiteiam férias anuais de 60 dias. Se passar, todos os funcionários do Poder Judiciário vão querer a mesma coisa. Eta Brasilzão do capeta! Você acha que vai melhorar? Vota no PT, quem sabe você entra nessa boquinha!

(Colaboração de Antônio Carlos Alvares da Silva, advogado bebedourense).

Publicado na edição nº 9901, de 10 a 14 de outubro de 2015.