O mais do mesmo!

Antônio Carlos Álvares da Silva

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Não causou nenhuma repercussão a entrevista do ex-presidente Lula, feita para a Folha de São Paulo, no mês passado. Só soube dela, ao ler um artigo no Estadão de 2/05 último, A-2.Talvez, porque ele não tenha dito nenhuma novidade. Insistiu, que é inocente, embora sua condenação já tenha sido julgada, em três instâncias diferentes, por oito juízes concursados, em caráter unânime. Acredito, que a entrevista só mereceu publicação, porque, embora preso, ainda continua líder do PT, partido que ainda tem a preferência de uma boa parcela do eleitorado.
Na entrevista, como de costume, criticou a imprensa. Disse estar arrependido de não ter feito uma regulamentação da atividade, que a controlasse e impedisse de publicar críticas infundadas. Sobre a corrupção, afirmou: “combater a corrupção é uma marca do PT”. Quanto à Dilma, fez apenas uma observação, dizendo, que ela não teria sido afastada do governo, se ele estivesse em liberdade.
Criticou a Reforma da Previdência. Afirmou, que se o atual governo gerasse mais empregos, mais pessoas pagariam o INSS e “não seria necessário tirar dinheiro dos velhinhos aposentados”. O resumo é, que a entrevista mostra, que Lula não aprendeu nada. Mas, é assustador pensar, que a outra opção mais representativa é o PT, com essa liderança e suas soluções absurdas.

Índios
Há algum tempo, escrevi um artigo sobre índios brasileiros. Destaquei, que existem reservas indígenas, com milhares e milhares de hectares, que são ocupadas por menos de uma centena de índios, o que não deixa de ser um desperdício, já que aumenta a demanda mundial por alimentos e faltam terras para produzi-los. Mas, volto ao tema, porque no dia 29 de abril último, saiu publicado no Estadão A-2, que enfoca outros índios brasileiros, com diversas variedades de ocupações. Esclareceu, que a população brasileira de indígenas é de 1 milhão. Desses, 550 mil, ainda estão morando na zona rural. Os demais moram em vilas e cidades, onde demandam trabalho, saúde e educação. Os que ainda ocupam reservas rurais ocupam 14% do território nacional. ONGs, criadas para defendê-los, entendem, que o correto seria essa ocupação atingisse 24%. Mas, nem todos os índios estão em situação semelhante. A tribo Paresis, em sua reserva planta soja no verão e milho, feijão, girassol no inverno. Usam maquinário moderno, adubo e obtêm alta produção. Mas, essa situação tem merecido críticas de ONGs e de órgãos governamentais. Esses órgãos acham errado, ocuparem áreas indígenas, para atividades agrícolas modernas. Eles já ocupam 10 mil hectares nessa atividade e faturam R$ 50 milhões com suas safras. A ocupação com essa atividade é de apenas 1,7% do seu território, mas, as críticas oficiais entendem errado tal atividade. Também causou estranheza os índios terem formado uma cooperativa, para viabilizar contratos bancários e venda da produção. Por isso, foram multados, por não terem sido autorizados. As autoridades falam na necessidade de uma nova legislação, que estabeleça normas especiais. Eu não entendi nada, quem sabe o leitor entenda.

(Este é o último artigo de Antônio Carlos Álvares da Silva, publicado na Gazeta de Bebedouro em 11 de maio de 2019, que recebeu suas colaborações desde a década de 1990. Antônio Carlos faleceu em 4 de dezembro).

 

Publicado na edição nº 10450, de 7 a 10 de dezembro de 2019.