
Quando uma criança acha dinheiro no chão e não embolsa, passamos a voltar a acreditar no mundo.
Na tarde do sábado, véspera do Dia dos Pais, andava eu e meu filho, Júnior, pela avenida Marias Dias. Ele, com seus sete anos, prestava atenção a tudo, menos no que eu falava. E foi assim que o menino achou no chão uma nota de R$ 10.
Imediatamente, Júnior falou que deveríamos descobrir quem tinha perdido o dinheiro. Batemos em casa próxima, mas nenhuma delas tinha alguém. Ele guardou o dinheiro e disse que precisávamos passar novamente naquela casa para perguntar se o dinheiro era deles.
Retornamos no domingo a tarde e encontramos os moradores. Eles disseram que ninguém tinha perdido nada, mas surpresos com a atitude do Júnior, resolveram dar quatro biscoitos Bis e mais R$ 1. Confesso que na hora tive de me segurar para não chorar com o episódio e orgulhoso com a atitude do meu filho.
Para mim é surpreendente porque em minhas duas décadas de Jornalismo, foram incontáveis as vezes que entrevistei mães de presos ou pessoas pegas em flagrante de crimes. Todas disseram que deram de tudo para os filhos. Casa, comida e principalmente educação e bons costumes. Todas ficavam sem entender porque os filhos tinha se desencaminhado e carregavam uma espécie de culpa.
Por isto, nem eu e nem a mãe do Júnior podemos aceitar o elogio de que a atitude é fruto só da educação que ele recebe. Para mim, meu filho tem algo que nenhum pai ou mãe pode dar: caráter.
É o caráter que não deixa um politico roubar verba pública ou impede que alguém, mesmo passando fome, furte um pacote de bolachas no supermercado.
É exatamente isto que a gente espera dos cinco candidatos a prefeito de Bebedouro. Que Fernando Galvão (DEM), Hélio Bastos (PDT), Italiano (PTB), Silvio Seixas (PP) e Gustavo Spido (PV), tenham caráter para governar a cidade.
Não sei o que meu filho quer ser na vida. Agora, com apenas sete anos, ele quer jogar bola. Às vezes ele diz que deseja ser jornalista igual ao pai.
Para mim, meu filho pode ser qualquer coisa que ele quiser no mundo, porque tenho certeza que, acima de tudo, ele será um profissional honesto.
Se é verdade que do céu as pessoas queridas que faleceram continuam a zelar por nós, tenho certeza que minha mãe e meu pai, avós de Júnior, devem ter ficado emocionados. Foi o melhor Dia dos Pais que tive.
(Colaboração de Marco Antônio dos Santos, jornalista).
Publicado na edição n° 9437, dos dias 14 e 15 de agosto de 2012.