O ridículo bate novo recorde

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Antônio Carlos Álvares da Silva

Quando eu penso, que o ridículo já chegou a seu teto no Brasil, vem um elevador e me mostra, que ainda existe um novo andar.
Vou ficar somente em duas noticias da semana passada.
Na primeira, o deputado do PT, André Vargas, exercendo a presidência, em sessão solene da Câmara dos Deputados, ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, resolveu dar uma de militante e ergueu o braço, com o punho fechado, no estilo dos comunistas, de 100 anos atrás e ressuscitado pelos petistas condenados pelo mensalão, a caminho do presídio.
É inacreditável. Ele foi eleito para a diretoria da Câmara Federal, mas, não conseguiu aprender, que o cargo exige uma postura e uma dignidade adequadas.
Não admite a seu ocupante o comportamento de um torcedor de futebol no estádio.
Mas, não adianta.
Ele é deputado, mas, não passa de um fanático da manada de um partido de esquerda, que ainda acha Cuba o maior país do mundo.
Ele pode colocar paletó e gravata, exigir o tratamento de excelência, porém, não passa de um manifestante, sem nome e sem personalidade, no meio de sua turba de iguais.
Repete-se a realidade: Quem nasceu para tatu peba, pode cavoucar à vontade, mas, nunca vai chegar a tatu galinha!
Esse ridículo aumenta, quando se lembra, que o PT exerce o Poder Executivo há quase 12 anos e deveria respeitar as decisões de um outro poder, que faz parte do governo, o STF. Mas, age ao contrário; desde que esse Tribunal condenou seus membros à prisão, Lula, a presidência do PT, a militância, vem fazendo eco às queixas dos condenados e criticando desabridamente a decisão condenatória. A conversa não varia: Foi um julgamento político e não havia provas para a condenação. Os petistas são inocentes e o resultado absurdo e surpreendente. Depois dessa conversa estar sendo repetida, há quase um ano em todas as instâncias do partido, uma bomba, que embarcara para o exterior, resolveu explodir.
Outro condenado, Henrique Pizzolato, diretor do Banco do Brasil, que havia repassado os 73 milhões de empresa do banco, para Marcos Valério, havia fugido para a Itália e estava esquecido voltou à tona.
A imprensa, sempre ela, escarafunchou o passado de Pizzolato e descobriu o seguinte: Já em 2007, quando a denúncia mensalão foi encaminhada ao STF, Pizzolato, sentindo-se culpado, começou preparar sua fuga do Brasil.
Falsificou vários documentos, para conseguir um passaporte italiano, em nome de seu irmão, Celso, falecido anteriormente. Foi com esse documento falso, que fugiu do Brasil e entrou na Itália. Lá, acabou preso, exatamente pelo uso desse documento.
Esses fatos mostram, que desde 2007, Pizzolato tinha consciência, que era culpado e seria condenado, então, já preparou sua fuga, inclusive abrindo conta na Suíça.
Diante dessa realidade, como fica a história do PT, que o julgamento foi injusto e surpreendente, se o diretor, que o PT nomeara para o cargo de diretor do Banco do Brasil, sabia, que estava fazendo coisas erradas e 6 anos antes da condenação preparou sua fuga?
Então, os braços levantados, os punhos cerrados, a indignação encenada durante todo o tempo, era teatro, que se transformou em um ridículo atroz!
Para esse ridículo, a única resposta do governo Dilma, foi dizer que vai pedir a extradição de Pizzolato. O governo confia, que essa extradição será negada, porque anos atrás, Lula negou a extradição do italiano Cesare Battisti, condenado por vários assassinatos na Itália. Alegou exatamente, o que os condenados do mensalão, estão alegando agora: O julgamento fora político e fruto de perseguição. O irônico seria a Itália conceder a extradição e mandar a bomba Pizzolato para o Brasil.
O PT não poderia receber castigo maior, por ter negado a extradição de Battisti!

 (Colaboração de Antônio Carlos Ávares da Silva, advogado bebedourense).

Publicado na edição nº 9659, dos dias 15, 16 e 17 de fevereiro de 2014.