Primeiras impressões

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Nos últimos dias, já pudemos presenciar dois clássicos paulistas, e algumas considerações já podem ser feitas acerca dos times. Dos quatro grandes, o São Paulo é o que vive situação mais complicada com relação a definição da equipe. Lugano chegou para ser o líder em campo, com a aposentadoria de Rogério Ceni. Confesso que fico desapontado com o nível do nosso futebol, que de tão baixo, faz uma torcida ter em um jogador veterano um salvador da pátria. Obviamente não questiono a qualidade e o histórico do zagueiro uruguaio, que conquistou títulos importantes em sua primeira passagem pelo Tricolor, há longínquos 10 anos. Mas também é indiscutível que ele não é mais o mesmo jogador. A figura dele no São Paulo justifica-se mais pela liderança e símbolo de garra do que efetivamente de um jogador que pode ser útil e imprescindível dentro das quatro linhas. Mas tudo bem, considerando o nível do futebol brasileiro, mesmo que veterano, Lugano pode amenizar o momento do São Paulo, que não é dos melhores desde o ano passado.
Do Morumbi para Itaquera, o Corinthians tem um início de temporada, ao menos, regular. Com a melhor defesa do Paulistão, o Timão vem mantendo sua característica principal que é o setor defensivo. O jogo contra a Ferroviária, em Araraquara, no último domingo (21) foi muito bom. O time do interior, dono da segunda melhor campanha apenas atrás do próprio Corinthians, deu muito trabalho e por pouco não conseguiu sair com a vitória. No fim, o resultado de 2×2 acabou sendo justo, pois cada equipe foi melhor em um tempo, e o empate demonstrou a real igualdade do jogo.
Da zona leste para a zona oeste, chegamos no Palestra Itália. O Palmeiras, apesar de contratações e da manutenção do elenco do ano passado, ainda não conseguiu decolar. Tem apresentado um futebol inconstante, com muitos erros de passes e de finalizações. Marcelo Oliveira tem sido pressionado, mas a demissão do treinador não é a melhor solução para os problemas apresentados até aqui. O que mais falta ao Verdão é constância e regularidade. Oscilando entre bons jogos e apresentações medianas, o Verdão precisa se acertar se quiser alçar vôos mais longos nessa temporada. Mas como ainda é tudo começo, com certeza o time vai embalar e dar alegrias para a torcida e dor de cabeça aos adversários.
Saindo do Palestra e voando para Santos, chegamos na Vila Belmiro, onde o Santos tem apresentado, dentro dos limites, o mesmo futebol do ano passado. Com uma linha de ataque efetiva e veloz, o Peixe continua sendo perigoso em seus domínios, mas a saída de Geovânio para o futebol chinês fez com o que o Santos perdesse qualidade em seu meio de campo e ataque. Mesmo assim, ainda é um time que promete incomodar os adversários, e brigar, de igual para igual, pelos títulos que disputar neste ano.

Publicado na edição nº 9952, de 23 e 24 de fevereiro de 2016.