
Bebedouro precisa avançar na criação de órgão para elaboração de políticas públicas.
Se olharmos para os últimos anos, a programação cultural de Bebedouro tem até surpreendido positivamente. Tem blues no Kaza Music, shows sertanejos na Feccib nova, peças no Teatro Municipal, premiações conquistadas pela ONG ArtSol, apresentações na praça seja de rock ou de MPB em parceria com o Sesc, e a cidade está inscrita no Mapa Cultural do Estado.
Mas quem conhece bem de Cultura sabe que precisamos organizar melhor o setor para elaboração de políticas públicas para que não vivamos apenas um bom momento na arte, mas que isto seja constante.
Em Ribeirão Preto deve acontecer nos próximos dias, fórum de debate sobre política cultural para teatro. É uma pista do que pode acontecer em Bebedouro.
Temos diversos grupos de dança, teatro, bandas de rock, rap, corais, artistas plásticos, cantores gospel, sertanejos e sambistas, poetas e até escritores. Seria hora do coordenador de cultura Glauco Corrêa articular para formação do Conselho Municipal de Cultura, com a função de discutir o setor e elaborar medidas governamentais e fortalecer os artistas.
Não é segredo para ninguém que, infelizmente, há divisões entre os artistas de Bebedouro. Mas cá entre nós, isto acontece em todas as cidades e não pode ser barreira para unir a classe, para acabar com a danosa mistura entre evento e cultura, o que sempre acontece, em todas as administrações municipais.
É preciso incentivar a formação de mais artistas com workshops, em parcerias com a Secretaria Estadual de Cultura e com o Ministério da Cultura.
Tudo o que escrevi aqui é óbvio, mas o que mais preocupa é perceber que isto não está acontecendo, não porque envolva gastos, mas esforço dos artistas e também do coordenador de cultura. Como diz Geraldo Vandré em uma de suas mais conhecidas canções, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Publicado na edição n° 9574, dos dias 23 e 24 de julho de 2013.