
Presidenciaveis não discutiram os principais problemas do País.
Nunca vou esquecer da eleição de 1989, a primeira da Era da Redemocratização do Brasil, em que tivemos o direito de escolher o presidente da República.
Havia uma infinidade de candidatos, tipos como Marrozinho, que nem recordo por qual partido saiu, mas dava descarga em sua propaganda. Também havia Levy Fidelix, que já falava do Eurotrem.
Era uma campanha política romântica, porque mesmo em Bebedouro, longe demais das capitais, houve envolvimento político. Ou a favor do Fernando Collor ou de Lula, todos faziam propaganda de graça.
Passados 25 anos, praticamente todos os candidatos e candidatas a presidente têm militância paga. Ninguém corre os comitês políticos para pegar adesivo de propaganda, por conta própria para colocar no carro ou no portão de casa.
Um das razões disto é fácil descobrir na simples comparação do que é noticiado nos telejornais e o Horário Político Gratuito. Enquanto são mostrados ondas de assaltos, falta de água, conflitos entre sem tetos e políciais; os candidatos mostram um mundo que não existe. Não será surpresa o alto índice de votos brancos ou nulos.
Para piorar, o Congresso Nacional, parte importante do sistema político, deve reeleger os mesmos de sempre, o que descarta toda possibilidade de mudança.
Toda aquela revolta das capitais, com passeatas, conflitos com a PM e carros queimados no ano passado, era por apenas alguns centavos e milhares de selfies postados em redes sociais.
Por enquanto, se não tiver nenhuma reviravolta, temos uma eleição perdida, feita basicamente de cavaletes de candidatos com sorrisos estáticos e forçados. Tínhamos uma chance de mudar, mas desperdiçamos. Depois, não vá querer reclamar.
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Leia mais na edição nº 9749, dos dias 23 e 24 de setembro de 2014.