

O Oscar 2025 ficará marcado na história do Brasil, não apenas pela conquista histórica de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional, mas pela celebração do talento brasileiro nas telonas. Dirigido com maestria por Walter Salles, o filme é uma jornada sensível e envolvente sobre os desafios enfrentados por uma mulher, Eunice Paiva, que luta para manter sua dignidade em meio ao desaparecimento do marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar. Salles, conhecido por seu olhar atento e cuidadoso, construiu uma narrativa que captura a profundidade emocional dos personagens, com direção impecável que se alinha perfeitamente com a brilhante atuação de Fernanda Torres.
Torres, com sua interpretação intensa e comovente, transformou a protagonista em figura universal de resiliência, e sua performance foi fundamental para o sucesso global do filme. Sua indicação ao prêmio de Melhor Atriz foi um feito impressionante, apesar de não ter conquistado o Oscar. Sua performance em Ainda Estou Aqui foi de uma excelência que, sem dúvida, lhe conferiu o reconhecimento que ela tanto merece. Contudo, a vitória de Mikey Madison por Anora não diminui a magnitude de sua contribuição; pelo contrário, só reafirma o alto nível de execução de ambos os filmes.
Enquanto o cinema brasileiro brilha no reconhecimento mundial, é hora de celebrarmos também a estreia de Fernanda Montenegro em ‘Vitória’, filme que chega aos cinemas na quinta-feira (13) e promete tocar profundamente o público. O longa narra a história de coragem e resistência de Dona Vitória, pseudônimo de Joana Zeferino da Paz, que com uma câmera, desafiou o tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, no Rio de Janeiro. Inspirado no livro homônimo de Fábio Gusmão, ‘Vitória’ é um tributo à força de uma mulher que enfrentou o crime organizado para proteger sua comunidade. A interpretação de Montenegro, uma das maiores atrizes do país, é aguardada com grande expectativa, e sua performance promete ser uma das grandes contribuições do cinema nacional nesta temporada.
A história de Dona Vitória é uma verdadeira lição de coragem, e sua vida — que se mistura com a da própria Fernanda Montenegro —, se torna reflexo das lutas que o Brasil enfrenta até hoje. Com esse novo projeto, Montenegro nos lembra que o cinema nacional continua a ser uma das mais poderosas formas de contar histórias de resistência e esperança de nosso povo. Para quem busca valorizar o cinema nacional, ‘Vitória’ será, sem dúvida, obra imprescindível.
Publicado na edição 10.908, sábado a sexta-feira, 8 a 14 de março de 2025 – Ano 100