
Antônio Carlos Álvares da Silva
Meus últimos artigos tiveram, como tema único um só assunto: A estrutura armada pelos 15 anos de governo do PT – Lula e Dilma – que beneficiaram uma casta de funcionários, em prejuízo de todos brasileiros. Fiquei receoso, se novas repetições, não vão aumentar a onda de pessimismo, que envolveu a maioria da população. Não estou sentindo culpa. Me socorro do dizer do físico, Amony Lovins. Ele afirma, que otimismo e pessimismo são apenas duas formas de fatalismo. Minha tradução dessa frase: Faça sempre o seu melhor, independente da conjuntura. E os problemas atuais da humanidade no século 21 são mais complexos. É a tese de Byung Chul Han, pensador sul-coreano, morador da Alemanha. Ele afirma em seu livro “A Sociedade do Cansaço”, que, no século passado, os problemas da população eram as doenças bacteriológicas e virais. Neste século, são as patologias neuronais, como a depressão e transtornos psicológicos. Até pouco tempo, o homem aproveitava seus momentos de solidão, para se reencontrar. É também a opinião de Dov Seidman ao dizer: “Quando você aperta o botão de “pausa” de um computador, ele para. Quando você aperta esse botão em um ser humano, ele começa a funcionar”. E acrescenta: “É aí, que se recomeça a refletir, repensar, reimaginar”. Não sei, quanto tempo faz, que esse livro foi publicado, mas, atualmente, essa conclusão é colocada em dúvida. Hoje, vivemos sob a tirania das imagens do celular e da internet. Eles aposentaram os momentos de solidão, para o homem se reencontrar e refletir sobre os problemas de sua existência. Estou atemorizado, com a dependência humana ao celular e à internet. Será, que o vazio de reflexão poderá ser preenchido? Nesse ponto, sempre é útil diferenciar a submissão à imagem do celular e da internet, à contemplação profunda mostrada ao ver a arte e a cultura, como explica Dirce do Amarante, em artigo no Estadão, 3-9-17 E-4. Ela lembra Paul Cézanne, o mestre desse tipo de contemplação. Sua meditação era tamanha, que ele “podia VER o perfume das coisas. Quando me lembro disso e vejo crianças de 6 anos, já submetidas às imagens do celular e da internet, me assusto e tento justificar o meu atual radicalismo: Não tenho celular e não acesso a internet. Minha desculpa é a seguinte: Tenho, que estar preparado, para perceber toda a beleza das ideias e sublimidade da natureza mostrada em um pôr do sol, à beira da praia. Espero conseguir. Mas, sempre me sobrará a ilusão. Estou sentindo, que este artigo está meio esotérico, ou coisa parecida. Para que meus leitores não pensem, que só eu dispenso a internet e o WhatsApp, vou reproduzir certa propaganda, que, por acaso, li no Estadão, B-10 8/9/17. Por motivos óbvios, estou omitindo os meios de acesso aos anunciantes. Olhem, o que foi publicado: 1 – Casa Master boys – rapazes discretos; 2 – Dalila – Coroa Loira – massagens para senhores, com carinho; 3 JR – homem com para de menino; 4 – Maia – R$ 150,00 c/ local; 5 – Paraíso das Ninfetas – as mais lindas; 6 – Ninfetas da Jafet – as mais lindas de São Paulo. Isso, claramente, não é só para contemplação.
Post Scriptum: Não levem muito a sério o fato de eu não usar celular e internet. Pessoas próximas a mim suprem o meu comodismo.
(Colaboração de Antônio Carlos Álvares da Silva, advogado bebedourense).
Publicado na edição nº 10178, de 16, 17 e 18 de setembro de 2017.