A escolha certa

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Na última terça feira (7), na cidade de Valencia (ESP) e em jogo válido pelo Campeonato Espanhol, o jogador brasileiro Diego Costa, recentemente naturalizado espanhol e que defende as cores do Atlético de Madri, foi muito hostilizado por parte da torcida do time local.
Com gritos de “Diegro, cabrón (idiota), você não é espanhol”, entre outros, a torcida insultou muito o jogador, que preferindo não entrar em polêmica, disse: “as pessoas que estão me vaiando vão me aplaudir”, em referência a sua possível convocação para defender a cores da Espanha na Copa do Mundo.
A escolha de Diego em naturalizar-se espanhol, na época, foi por muitos taxada como um absurdo, considerando que seu nome era cotado para defender a Seleção Brasileira em um amistoso. Até Felipão o atacou dizendo que ele supostamente “teria dado as costas para a nação”. Puro exagero do técnico canarinho.
Particularmente, concordo com a acertada escolha de Diego Costa. O jogador teve um começo muito difícil no Brasil, passou por inúmeros problemas e desde 2007 atua no futebol espanhol. Hoje ele está com 25 anos, e tudo que ele conquistou e construiu provieram, queira ou não, da Espanha. A CBF jamais deu atenção a ele em outras oportunidades, e só porque ele destoou no ano passado, a entidade máxima do futebol no Brasil resolveu por convocá-lo.
Tenho para mim que esse era mais um plano vil da CBF, que no fundo só queria tirá-lo da seleção espanhola, atual campeã mundial e uma das principais favoritas para a conquista da Copa do Mundo no Brasil. Mas esse plano da CBF, contudo, não indica que ele seja imprescindível para o Brasil. Romário, Ronaldo e Careca foram. Mas Diego Costa não é.
Se o atacante aceitasse a convocação para o amistoso, corria o risco de ficar no banco de reservas e não atuar, não ser mais convocado para defender a seleção brasileira e o pior, perder a oportunidade de naturalizar-se e jogar em um dos melhores times da atualidade, a Espanha, competentemente comandada pelo técnico Vicente Del Bosque.
Caso semelhante aconteceu com o jogador Amauri em 2009, que fazendo grande temporada pela Juventus de Turim, após convite da Azzura, preferiu manter sua naturalização brasileira em detrimento à italiana, foi convocado por Dunga para um amistoso da seleção e nunca mais vestiu a camiseta amarela, pois no final, tanto o Brasil quanto a Itália perceberam que se tratava de apenas mais um jogador comum.

Publicado na edição nº 9645, dos dias 14 e 15 de janeiro de 2013.